João Leão e candidato luxemburguês fora da corrida ao fundo de resgate europeu

Nenhum dos candidatos conseguiu reunir os votos necessários para liderar o fundo de resgate da Zona Euro. Dois países retiram os nomes para evitar um impasse e para não prejudicar a sucessão.

João Leão e o luxemburguês Pierre Gramegna foram retirados da corrida para liderar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Nenhum dos candidatos conseguiu reunir os votos necessários para liderar o fundo de resgate da Zona Euro, pelo que Portugal e Luxemburgo decidiram abdicar das candidaturas para “evitar um impasse e para não prejudicar a sucessão” na entidade.

meses que o processo de sucessão de Klaus Regling, atual diretor-geral do MEE e cujo mandato termina em outubro, se vem arrastando, após vários encontros do Eurogrupo, a reunião informal dos ministros da Zona Euro, terem reduzido a lista de candidatos a estes dois nomes que acabaram agora por desistir por não conseguirem a maioria qualificada de 80% dos votos necessária para a nomeação.

Nesse sentido, “para evitar um impasse e para não prejudicar a sucessão” no MEE, Portugal e Luxemburgo decidiram “de comum acordo” retirar as candidaturas da disputa a partir desta terça-feira, informa o Ministério das Finanças português em comunicado enviado aos jornalistas.

“O presidente do Eurogrupo e presidente do conselho de governadores do MEE, Paschal Donohoe, informará oportunamente sobre o processo subsequente”, acrescenta o Governo português. Já após este anúncio, Donhoe revelou no Twitter que irá retomar “os esforços e consultas” para encontrar um novo líder para o MEE.

Dos quatro nomes que estavam inicialmente na corrida para liderar o fundo de resgate da Zona Euro, dois já se tinham afastaram do concurso – Menno Snel dos Países Baixos e Marco Buti de Itália –, mantendo-se duas candidaturas em cima da mesa: João Leão e Pierre Gramegna, que também foi ministro das Finanças do seu país na última década.

A última reunião do Eurogrupo mostrou uma votação renhida entre o português e o luxemburguês, que pareciam igualar forças junto dos ministros das Finanças da Zona Euro.

A votação é feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

Portugal tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto. Para um candidato ser eleito como diretor executivo do mecanismo, tem de ter um apoio de pelo menos 80% dos votos dos membros do MEE.

O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da Zona Euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

(Notícia atualizada às 12h33 com tweet do presidente do Eurogrupo)

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