Jerónimo acusa PS de alinhar nas conceções sobre pensões de Passos e Portas
O líder comunista considerou que “vale tudo” na maioria absoluta do PS, “inclusive manipular dados de estudos” para comprovarem que a sustentabilidade da Segurança Social é colocada em causa.
O secretário-geral comunista acusou esta terça-feira o Governo de regressar às “conceções com que Sócrates, Passos e Portas infernizaram” os portugueses, ao utilizar o argumento da sustentabilidade financeira da Segurança Social como justificação para cortar nas pensões.
“Utilizar o argumento da sustentabilidade financeira [da Segurança Social] para cortar pensões e prestações sociais, além de constituir uma falsidade, constitui um retrocesso às conceções com que Sócrates, Passos e Portas infernizaram a vida a milhões de portugueses com as suas políticas do PEC [Pagamento Especial por Conta] e do ‘Pacto de Agressão da Troika‘”, argumentou Jerónimo de Sousa, durante uma sessão sobre a degradação das condições de vida, em Lisboa.
O dirigente comunista considerou que “vale tudo” na maioria absoluta do PS, “inclusive manipular dados de estudos” para comprovarem que a sustentabilidade da Segurança Social é colocada em causa se houver um aumento das pensões acima daquele que o Governo anunciou. É a “velha política do PS” que a maioria absoluta “trouxe de volta, em pleno”, completou Jerónimo de Sousa.
“[António Costa] quer resolver o problema da sustentabilidade? Então crie mais emprego, melhores salários, mais direitos e naturalmente que consegue manter a sustentabilidade da Segurança Social”, sustentou. E continuou: as decisões que o PS tomou com maioria absoluta contrastam com aquelas que, “por influência decisiva do PCP, permitiram o aumento extraordinário das pensões”.
A menos de dois meses da discussão do Orçamento do Estado para 2023, Jerónimo de Sousa recordou que há pouco mais de um ano “muitos não compreenderam” o voto contra do partido na proposta apresentada então pelo executivo socialista, cuja rejeição na generalidade espoletou a dissolução do parlamento e eleições legislativas antecipadas.
Hoje, prosseguiu o secretário-geral do PCP, a realidade das políticas do PS demonstra que os comunistas estavam certos quando recusaram as medidas vertidas no Orçamento do Estado e que os socialistas só olharam para os portugueses como “meras peças de um jogo eleitoral”. Para o membro do Comité Central comunista o PS está a fazer uma “política de ataque” aos direitos dos pensionistas e que a única convergência – promessa feita pelo primeiro-ministro no início da legislatura – foi com a direita.
A intervenção de 23 minutos no Largo da Graça foi também utilizada para recordar as propostas que o PCP considera basilares para mitigar os efeitos da inflação e repor o poder de compra dos portugueses: aumentar salários e pensões, incluindo o aumento do salário mínimo para 800 euros a curto prazo, a fixação de preços máximos em bens essenciais, combustíveis e energia, e a taxação dos lucros máximos dos grandes grupos económicos que vivem no “El Dorado” e contam com “a subserviência” dos partidos que estiveram no Governo desde sempre – PS e PSD.
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