Preços das casas subiram 13,2% no segundo trimestre. Foram transacionadas mais de 43 mil habitações

Índice de Preços da Habitação atingiu um novo máximo histórico da série disponível. Foram transacionadas 43.607 habitações, num total de 8,3 mil milhões de euros.

As casas ficaram 13,2% mais caras no segundo trimestre, numa evolução que mostra que o ritmo de crescimento dos preços continua a acelerar. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram transacionadas 43.607 habitações, num total de 8,3 mil milhões de euros. Lisboa e Porto concentraram 58% do total de transações feitas naquele período.

Entre abril e junho, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) registou um aumento de 13,2% face ao mesmo trimestre do ano passado, ou seja, mais 0,3 pontos percentuais face ao observado no trimestre anterior, “atingindo um novo máximo histórico da série disponível”, diz o INE.

O aumento dos preços das habitações existentes foi de 14,7% (13,6% no 1º trimestre de 2022), superior ao aumento de 8,4% nas habitações novas que, contudo, registaram uma taxa inferior em 2,5 pontos percentuais à registada no trimestre precedente.

Aquele índice aumentou 3,1% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022, sendo que as duas categorias consideradas apresentaram aumentos de preços, tendo estes sido mais pronunciados nas habitações existentes (3,9%) que nas habitações novas (0,6%).

No segundo trimestre, foram transacionadas 43.607 habitações — 35.742 existentes (+1,8%) e 7.865 novas (+18,9%) –, refere o INE, traduzindo-se num crescimento de 4,5% face ao mesmo período 2021. Numa análise por meses, abril e maio apresentaram aumentos homólogos no número de transações de 11,3% e 12,7%, sendo que em junho, pela primeira vez desde fevereiro de 2021, se registou um decréscimo do número de transações (7,6%).

O valor dos alojamentos transacionados fixou-se em 8,3 mil milhões de euros, mais 19,5% face ao registado no mesmo trimestre de 2021. Deste total, 6,3 mil milhões de euros corresponderam a habitações existentes (+16,8% face ao mesmo período de 2021) e dois mil milhões de euros foram relativos a transações de habitações novas (+29%).

6,4% dos compradores moram fora de Portugal

Em termos de compradores, os pertencentes ao setor institucional das Famílias foram responsáveis pela aquisição de 38.181 habitações (87,6% do total). O registo obtido representa um crescimento do número de transações de 8,7% em termos homólogos e de 0,9% relativamente ao trimestre anterior. Em valor, as aquisições efetuadas por Famílias corresponderam a 7,2 mil milhões de euros (86,7% do total).

Os dados do INE mostram ainda que 6,4% das habitações transacionadas (2.783 unidades) envolveram compradores com domicílio fiscal fora do país, sendo que a categoria “União Europeia (UE)” correspondeu a 3,6% e os “restantes países” a 2,8%. No segundo trimestre de 2022, as habitações adquiridas por compradores com domicílio fiscal em território nacional aumentaram 2% em termos homólogos para 40.824 unidades.

“As transações referentes a compradores com domicílio fiscal fora do território nacional continuaram a aumentar a ritmos significativamente superiores“, afirma o INE. As aquisições respeitantes a compradores com domicílio fiscal na UE ascenderam a 1.555 unidades, mais 62% face a idêntico período de 2021; a categoria de domicílio fiscal “restantes países” totalizou 1.228 transações, traduzindo-se num aumento homólogo de 63,1%.

58% das transações foram registadas em Lisboa e no Porto

A maior fatia das transações de habitações no segundo trimestre aconteceram em Lisboa e no Porto. Na Área Metropolitana de Lisboa foram transacionadas 13.336 habitações e na região Norte contaram-se 11.967. “Estas duas regiões, no seu conjunto, representaram 58% do total das transações, o que constituiu a mais baixa percentagem da série disponível”, afirma o INE.

Para além das duas regiões anteriormente mencionadas, o Centro, com um total de 9.014 transações, foi a outra região a apresentar um decréscimo homólogo no respetivo peso relativo (-0,1 p.p.), representando 20,7% do universo de transações. No Algarve registaram-se 4.166 transações (9,6% do total) e no Alentejo foram transacionadas 3.322 unidades (7,6% do total). Na Madeira houve 1.100 transações e nos Açores 702.

Em termos de valor, o valor das habitações transacionadas na Área Metropolitana de Lisboa fixou-se nos 3,5 mil milhões de euros (42% do total), enquanto as vendas de alojamentos na região Norte aproximaram-se dos 1,9 mil milhões de euros (22,3%). “Ambas as regiões registaram reduções superiores a 1 p.p. nas respetivas quotas regionais”.

Seguiram-se, em termos de maiores montantes de valores de transações, o Algarve com um total de 1,2 mil milhões euros e a região Centro com 1,1 mil milhões de euros. “Se, no caso do Algarve, este foi o quinto trimestre consecutivo de aumento na respetiva quota relativa regional (2,6 p.p., no 2º trimestre de 2022), na região Centro observou-se uma pequena redução do respetivo peso relativo (-0,2 p.p., no 2º trimestre de 2022)”, diz o INE.

No Alentejo, o valor das transações foi 369 milhões de euros, correspondendo a 4,5% do valor total, mais 0,1 p.p. face ao período homólogo. As vendas de habitações nos Açores totalizaram 96 milhões de euros, enquanto na Madeira as transações fixaram-se nos 227 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h51 com mais informação)

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