Londres estuda converter casas de oligarcas em habitação acessível

Westminster está a analisar a conversão de imóveis comprados com "dinheiro sujo" em habitação acessível. Cidade tem 4.000 famílias à espera de uma casa a preços acessíveis.

Casas adquiridas com “dinheiro sujo” nas zonas mais ricas de Londres poderão ser confiscadas e convertidas em habitação acessível, avança o The Guardian (conteúdo em inglês). A medida está a ser estudada em Westminster, que tem estado a analisar imóveis que não estão a ser usados para o propósito declarado, naquele que representa um esforço para “combater a reputação” daquela cidade como “centro europeu de lavagem de dinheiro”.

O número de propriedades em Westminster registadas por proprietários em Jersey (maior das Ilhas do Canal, entre o Reino Unido e França) e na Rússia disparou 300% e 1.200%, respetivamente, desde 2010, diz o jornal britânico. Aquela cidade quer, assim, reprimir os oligarcas que usam Belgravia, Knightsbridge e Mayfair (zonas ricas de Londres) para lavar dinheiro.

Russos acusados ​​de corrupção ou de ligações ao Kremlin compraram propriedades no valor de quase 430 milhões de libras (492 milhões de euros) em Westminster desde 2016 – mais do que em qualquer outra zona do Reino Unido –, de acordo com dados da Transparency International UK (TIUK).

“O segredo sujo de Westminster é conhecido há muitos anos, mas os que estão no poder ignoraram isso durante muito tempo e os investidores aproveitaram-se das nossas leis relativamente fracas”, disse Adam Hug, líder do conselho de Westminster. “Foi preciso a guerra na Ucrânia para reorientar a atenção para os investimentos dos oligarcas e para o facto de Londres se ter tornado uma lavandaria europeia para dinheiro sujo“.

Westminster está, assim, a mapear as propriedades de estrangeiros através do imposto municipal para perceber se estão a ser usadas para o propósito declarado. Por “dinheiro sujo” entende-se dinheiro obtido de atividades criminosas, incluindo subornos, roubo de fundos do Estado e uso indevido de cargos públicos. Já “dinheiro de origem duvidosa” é aquele em que não há ou há pouca transparência de como foi obtido.

Para além de querer acabar com a reputação de centro de lavagem de dinheiro, Westminster quer dar resposta às 4.000 famílias que estão em lista de espera para uma casa a preços acessíveis, diz o The Guardian.

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