Crédito à habitação desacelera pela primeira vez em quase dois anos
Em agosto, o montante total de empréstimos para a compra de casa cresceu, em termos homólogos, menos do que tinha crescido em julho. É a primeira desaceleração desde outubro de 2020.
O crédito à habitação em Portugal registou em agosto o primeiro abrandamento em quase dois anos. Uma notícia que deve ser vista à luz do aperto das condições monetárias por parte do Banco Central Europeu.
Nesse mês, o montante total de empréstimos para a compra de casa cresceu 4,6% em termos homólogos. Trata-se de uma desaceleração de 0,2 pontos percentuais que, apesar de ligeira, é a primeira a ser registada desde outubro de 2020, avança o Banco de Portugal esta terça-feira.
Em agosto, os bancos tinham contratado com os particulares créditos à habitação no total de 99,7 mil milhões de euros. O crescimento registado representa uma subida de 200 milhões de euros face ao final de julho.
No crédito ao consumo, o montante totalizou 20,5 mil milhões de euros no final de agosto. É, também, uma subida de 200 milhões de euros face a julho. Mas, neste caso, houve uma aceleração da taxa de crescimento homólogo, de 5,5% no mês passado para 5,9% em agosto.
Evolução do crédito à habitação e consumo (%)
Quanto aos depósitos dos particulares, observou-se uma redução de 1,3 mil milhões de euros, mas um crescimento de 6,8% face a agosto de 2021, para 181,4 mil milhões. Os depósitos tendem a encolher em agosto, recorda o Banco de Portugal, um período marcado pelas férias do verão. A redução deu-se, sobretudo, nos depósitos à ordem.
Crédito às empresas também desacelera
Dos particulares para as empresas, o Banco de Portugal divulga que o montante de empréstimos era de 76,4 mil milhões de euros no final de agosto. O crédito às empresas cresceu 1,5% em termos homólogos, o que representa um ritmo inferior em 0,1 pontos percentuais face ao crescimento que tinha sido registado em julho.
“Esta desaceleração foi mais expressiva nas pequenas e médias empresas e nas empresas dos setores das indústrias transformadoras e do alojamento e restauração. Já os empréstimos concedidos às grandes empresas e às empresas dos setores do comércio e transportes aceleraram”, lê-se no comunicado do supervisor.
Por fim, os depósitos das empresas aumentaram em 1,5 mil milhões de euros em agosto, para 64,8 mil milhões. É um ritmo de crescimento de quase 10%, mas “representa uma desaceleração pelo quinto mês consecutivo”.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h31)
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