Exclusivo Fundação Oriente injeta mais 5 milhões no BPG antes da venda
Banco liderado por João Costa Pinto diz estar a analisar propostas de vários interessados. Recebeu injeção de quase cinco milhões neste verão.
O Banco Português de Gestão (BPG) recebeu uma nova injeção de capital dos seus acionistas este verão, no valor de cinco milhões de euros, para fazer ao face às exigências regulatórias e ao esforço de limpeza do seu balanço, e isto enquanto analisa várias propostas para a venda da instituição, disse a instituição financeira ao ECO.
Este ano, já realizou aumentos de capital que ascendem a cerca de dez milhões de euros, reforçando o capital total do banco da Fundação Oriente (97,7%) para cerca de 100 milhões de euros. Em relação à operação realizada em julho, que envolveu uma injeção de 4,93 milhões, a instituição liderada por João Costa Pinto explicou ao ECO que “foi realizado de modo a corresponder ao enquadramento prudencial”.
Nos últimos anos, o BPG tem realizado um enorme esforço de redução do crédito malparado, num processo que visa deixar o banco “limpo” para um novo investidor.
Em 2018, a instituição apresentou um rácio de NPL de 65,4%, ou seja, mais de metade dos empréstimos que concedeu estavam em situação de incumprimento. O nível de crédito problemático baixou para 34,1% do total de crédito no final de 2021 – contas feitas, ainda tinha cerca de 20 milhões em NPL. O banco adianta que, em julho passado, o valor bruto de NPL correspondia a cerca de 9 milhões de euros e o valor líquido de 3,8 milhões, prevendo-se que até final do ano o valor bruto de NPL se fique em cerca de um milhão e o valor líquido em cerca de 330 mil euros.
Esta reestruturação tem justificado em grande parte os prejuízos que o BPG vem acumulando nos últimos anos – mais de 40 milhões entre 2018 e 2021 – e também as necessidades de capital junto dos seus acionistas que já injetaram mais de 46 milhões no banco nos últimos quatro anos. O BPG gere um ativo de 170 milhões de euros, entre 58 milhões de euros de crédito e 108 milhões de euros em depósitos.
Vai precisar de mais capital? “O BPG desenvolve uma atividade bancária no mercado e só a evolução futura desta é que virá, ou não, a determinar eventuais necessidades de capital”, responde o banco às questões colocadas pelo ECO.
Aumentos de capital desde 2018
Fonte: BPG
Banco analisa várias propostas de venda
Carlos Monjardino deu lugar a João Costa Pinto na liderança do BPG no ano passado. O economista e ex-vice-governador do Banco de Portugal assumiria o cargo de presidente de forma temporária, até se concretizar a venda do banco ao grupo árabe IIB Bahrain Holdings, que veio a ser travada, contudo, pelo regulador. A comissão executiva do BPG tem Carlos Pais Jorge como líder desde julho.
Apesar disso, o banco continua no mercado e revela que tem vários interessados. “O processo de alienação do capital do BPG está a evoluir como previsto, com várias entidades interessadas que têm vindo a submeter propostas que estão a ser consideradas”, adianta.
A Fundação Oriente detém 97,73% do banco, que conta ainda como acionistas a STDP SGPS (0,98%) e a Fundação Stanley Ho (0,21%), entre outros acionistas que detêm 1,08% do capital, de acordo com o banco.
No início do ano, o Jornal Económico revelou que o banco estava a negociar a venda a um grupo espanhol, sendo que o Banco de Portugal estava a par das negociações.
(Notícia atualizada às 14h04)
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