Fundação AEP lança laboratório de ideias para elaborar manifesto sobre o futuro do país
Fundação AEP cria “laboratório de ideias” para refletir sobre o futuro do país e apresentar manifesto com soluções em áreas como descentralização, energia, clima, digitalização ou demografia.
A Fundação AEP – Associação Empresarial de Portugal criou um “laboratório de ideias” para refletir sobre o futuro do país e apresentar um manifesto com soluções em áreas que vão desde a descentralização, passando pela energia, clima, digitalização até à demografia.
Segundo avançou à agência Lusa fonte oficial da AEP, o movimento “Think Tank Portugal por Inteiro/Territórios de Futuro tem em mãos a construção de um manifesto onde se defende que o futuro passa pelos territórios e os territórios são o cerne de uma visão de futuro (e de esperança) para Portugal”. Este laboratório de ideias tem “a missão de promover uma reflexão prospetiva e estratégica sobre os problemas estruturais do país e desenhar um caminho de futuro que aposta nos territórios como motor de desenvolvimento”.
Esta iniciativa vai reunir académicos, empresários, profissionais liberais, dirigentes associativos e diversas personalidades da sociedade civil que deverão contribuir com “um conjunto de propostas temáticas e cenários prospetivos, capazes de enriquecer e influenciar a dimensão territorial das políticas públicas”. Esta reflexão arranca já na quinta-feira com uma conferência intitulada “Os territórios e as pessoas”, que vai ter como convidado o ex-ministro Luís Valente de Oliveira.
“Que Portugal podemos (e queremos) ter num horizonte de duas a três décadas? A resposta terá de ser dada através da reflexão conjunta sobre cenários prospetivos onde terá de caber Portugal por Inteiro, onde os territórios entram e contam sempre”, destaca a AEP. A entidade refere ainda que “a discussão estará centrada num Portugal inclusivo com os seus diferentes territórios, valorizando a sua diversidade e complementaridade, as suas especificidades e idiossincrasias, os seus equilíbrios e as suas assimetrias”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Fundação AEP, Luís Miguel Ribeiro, admite que “a tarefa é árdua, difícil e incerta”. Mais, adianta o responsável: “Será necessário evoluir para um patamar onde devem estar assentes três premissas fundamentais: um horizonte de médio prazo (20 a 30 anos), uma análise retrospetiva e sistemática dos problemas e bloqueios estruturais do país e, por último, a capacidade de incorporar todos os desafios e oportunidades geradas pelas grandes mutações da sociedade do ponto de vista climático, tecnológico, demográfico e energético”.
Já o diretor executivo do projeto “Portugal por Inteiro” salienta que o objetivo é “pensar o futuro do país e dos seus territórios fora da bolha centralista e tecnocrática e fora da caixa das ideias feitas e das soluções ‘pronto-a-vestir’”. A
Aliás, adianta Luís Leite Ramos, “para enfrentar novos problemas e desafios precisamos de abordagens e soluções inovadoras, mas também de novos modelos de decisão e governança e, sobretudo, de novos intervenientes”. Defende, por isso, “uma (nova) polifonia de sensibilidades, de perspetivas e até de interesses que emanem dos diferentes setores da sociedade e dos diferentes territórios, garantindo um distanciamento saudável aos centros do poder e aos aparelhos administrativos e aos seus referenciais monolíticos e narrativas oficiais”.
Segundo Luís Ramos, o projeto é “um processo que vai percorrer o país, continente e ilhas”, no âmbito do qual “vão sendo produzidos documentos com o que se recolher e for sendo desenvolvido pelas universidades”.
A agenda do projeto “Think Tank Portugal por Inteiro/Territórios de Futuro” prevê a realização de várias conferências dedicadas a temas específicos, a primeira das quais na quinta-feira, na Fundação de Serralves, com Valente de Oliveira, e duas outras já agendadas para o próximo mês de novembro e para janeiro de 2023.
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