Portugal está “a viver um momento bastante delicado”, diz CEO do BPI

O presidente executivo do BPI antecipa que a subida das taxas de juro tenha um impacto significativo no número de contratos de crédito à habitação que serão renegociados.

Em menos de um ano as taxas Euribor passaram de valores negativos para valores próximos dos 3%. A evolução das taxas de juro está a pressionar fortemente os orçamentos familiares e a exigir novos desafios à banca para evitar um aumento do crédito em incumprimento. É com base nesse ambiente que João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, considera que o país está “a viver um momento bastante delicado”.

No decorrer da apresentação dos resultados dos últimos noves meses aos jornalistas esta sexta-feira, João Pedro Oliveira e Costa revela que o banco está a adotar uma posição bastante pragmática e que desde o início da subida das taxas de juro tem vindo a monitorizar mais de perto a situação financeira dos seus clientes, identificando os que estão em maior dificuldades e “pensando em medidas abrangentes” para os ajudar.

Apesar de sublinhar que o banco está relativamente confortável com a carteira de crédito do banco, destacando que têm “bastante capital e liquidez para enfrentar a situação que vem pela frente”, João Pedro Oliveira e Costa revela que vão “colocar todas as soluções em cima da mesa”.

O líder do BPI refere que a instituição tem “de ter abertura para ajudar os clientes”. “Temos de ser suficientemente criativos para encontrar as soluções mais adequadas para cada cliente”, sublinhando que o banco fará de tudo ao seu alcance para “que os portugueses mantenham o sonho de manterem a sua casa e a estabilidade familiar”.

Sem revelar qual é a taxa de esforço média dos créditos à habitação dos seus clientes, nem o número de contratos que antecipa que venham a usufruir das medidas do diploma do Governo, João Pedro Oliveira e Costa revela que são os contratos realizados nos últimos seis meses que mais deverão solicitar a renegociação dos contratos e que isso resultará num “aumento considerável dos contratos renegociados”.

O banqueiro adianta ainda que o número de contratos de crédito à habitação à taxa fixa representa 30% da totalidade dos contratos realizados este ano e que a taxa fixa tem um peso de 14% sobre a totalidade dos créditos à habitação do banco.

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