Ser capaz de atrair nómadas digitais é uma vantagem “indiscutível”, diz Marcelo

Presidente diz que "não podemos impedir as pessoas de virem" para Portugal em teletrabalho e garante que a capacidade de "atrair aqueles que gostam do digital" é uma vantagem "indiscutível".

O Presidente da República defendeu esta sexta-feira o novo programa de vistos para atrair nómadas digitais. Apesar de reconhecer “algumas consequências” menos positivas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que é uma “vantagem” para o país conseguir atrair “aqueles que gostam do digital”, porque “o digital é o futuro” e o benefício é “indiscutível”.

“Portugal atrai aqueles que gostam do digital. Somos muito bons no digital. Esta Web Summit é um sucesso porque Lisboa é uma capital mundial do digital. Não podemos impedir as pessoas de virem para cá e, a partir daqui, ligarem o mundo através do digital”, disse o Presidente da República, em declarações transmitidas pela RTP3 durante uma visita à conferência de tecnologia.

Desde o final de outubro que os estrangeiros com rendimentos acima de 2.800 euros por mês podem obter um visto especial para virem trabalhar remotamente para Portugal. Mas a medida tem sido criticada por impactar as comunidades locais, nomeadamente por ter a capacidade de puxar pelos preços das casas. Além disso, em simultâneo, Portugal tem atraído nómadas digitais com o regime dos Residentes Não Habituais, que reduz o IRS a novos residentes estrangeiros ou cidadãos portugueses que tenham estado emigrados mais de cinco anos para uma taxa de 20%.

Ora, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu estas questões, apesar de defender o programa. “Sei que tem algumas consequências. Aqui e ali, aumenta naturalmente o valor das casas, encarece a habitação, aumenta o consumo, e, portanto, o nível de preços também num ponto ou no outro. Agora, vi o que foi quando a Irlanda deixou de ter Web Summit e passou a ser Lisboa, e a vantagem para um país de ser atrativo para os que são o futuro – e o digital é o futuro –, isso parece-me indiscutível”, atirou o Presidente aos jornalistas.

O Governo também estará consciente de que o programa pode ser alvo de melhorias. Numa intervenção na Web Summit esta sexta-feira, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, revelou que o Executivo está a pensar ajustar “no curto prazo” o novo regime e vistos para nómadas digitais de forma a conferir um “benefício extra” aos que escolherem ir para locais do interior do país. O objetivo é aliviar a pressão sobre cidades como Lisboa e Porto.

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