Taxa de poupança das famílias abranda no final de 2016
O Instituto Nacional de Estatística divulgou esta sexta-feira a taxa de poupança das famílias portuguesas em 2016. A informação consta do relatório sobre as Contas Nacionais por setor institucional.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de poupança das famílias fixou-se nos 4,4%, menos do que no trimestre anterior. A informação consta do relatório Contas Nacionais Trimestrais por setor institucional esta sexta-feira. A taxa de poupança das Famílias mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final. Esta taxa é calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível das famílias.
“A taxa de poupança das Famílias situou-se em 4,4% do rendimento disponível, diminuindo 0,2 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior”, refere o Instituto Nacional de Estatística. O relatório explica que “esta evolução resulta do crescimento mais elevado da despesa de consumo final relativamente ao rendimento disponível (taxas de variação de 1,0% e 0,8% respetivamente)”.
Ainda assim, o rendimento disponível das famílias continuou a crescer. Esse crescimento é justificado por um “aumento de 1,1% das remunerações recebidas”. A segunda justificação é o “acréscimo de 1,2% do excedente bruto de exploração/rendimento misto”, explica o Instituto Nacional de Estatística.
Nos primeiros três meses de 2016, a poupança das famílias ficou negativa. Ou, por outras palavras, as famílias não pouparam nada — gastaram tudo o que tinham disponível, e ainda mais. O episódio foi único na história deste indicador, no segundo trimestre a poupança regressou. A taxa de poupança das famílias melhorou ainda mais no terceiro trimestre de 2016: de julho a setembro a taxa fixou-se nos 4,6%.
Necessidade de financiamento das administrações públicas desce para 2,1%
O défice de Portugal em 2016 fixou-se nos 2,1%. Este número fez com que a necessidade de financiamento das administrações do setor das administrações públicas descesse 1,7 pontos percentuais face a 2015. “A diminuição da necessidade de financiamento resultou dos efeitos conjugados do aumento de 0,7% da receita e de uma redução de 3,0% da despesa”, explica o Instituto Nacional de Estatística. Do lado das receitas, o aumento das contribuições sociais (1,5%) e das receitas com impostos sobre o rendimento e património (1,5%) foram as mais significativas.
Já do lado da despesa, os gastos com capital diminuíram de forma significativa (-42,9%) devido ao efeito da injeção de capital no Banif ocorrida no quatro trimestre de 2015. Mas essa queda também é justificada pelo corte no investimento, refere o INE. Até porque nem toda a despesa diminuiu: “a despesa corrente aumentou, refletindo essencialmente os aumentos das despesas com pessoal (0,9%) e do consumo intermédio (0,6%)”, lê-se na nota do INE.
No conjunto do ano, os valores são semelhantes: a receita total subiu 0,9% e a despesa diminuiu 3,8%. O Instituto Nacional de Estatística explica que “do lado da receita destacam-se os aumentos da receita com impostos sobre a produção e importação (3,9%) e com as contribuições sociais (3,9%), para os quais contribuiu o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado“. “O comportamento da despesa foi marcado pela forte
redução da despesa de capital (-51,6%), registando-se diminuições de 31,8% no investimento e 76,4% na outra despesa de capital”, acrescenta o INE. Um sinal positivo foi a descida da despesa com juros em 4,3%.
“A melhoria do saldo das AP reflete essencialmente o efeito negativo da injeção de capital do Banif registada no 4º trimestre de 2015 e, em menor grau, a diminuição de 15,5% da Formação Bruta de Capital”, refere o INE.
Custos do trabalho por unidade produzida aumentam 1,6%
Em 2016, os custos do trabalho aumentaram 1,6%, baixando ligeiramente a produtividade. “No 4º trimestre de 2016 verificaram-se aumentos das remunerações superiores ao aumento do emprego”, explica o INE.
Já o saldo externo no quarto trimestre baixou para os 1,2%. “O saldo externo de bens e serviços passou de 1,3% no trimestre anterior para 1,2% do PIB, tendo as exportações e as importações de bens e serviços aumentado 1,4% e 1,6%, respetivamente”, refere o INE. Desde 2012 que o saldo externo de bens e serviços é positivo, colocando-se cada vez mais perto dos 2%.
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