INE revê em baixa taxa de inflação homóloga de outubro para 10,1%
O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa a taxa de inflação de outubro para 10,1%, face à estimativa rápida avançada anteriormente de 10,2%. Mas é a mais alta desde maio de 1992.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa a taxa de inflação de outubro, indicando ter registado uma subida homóloga de 10,1%, ao invés dos 10,2% que tinha avançado na estimativa rápida. Ainda assim, o valor é o mais elevado desde maio de 1992 e corresponde a uma aceleração de 0,8 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior, em que a taxa se tinha fixado em 9,3%.
“Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa é inferior em 0,1 p.p. à estimativa rápida divulgada a 28 de outubro, embora a diferença tenha sido efetivamente de apenas 0,01 p.p.”, indica o gabinete estatístico.
Os dados definitivos divulgados esta sexta-feira confirmam, ainda assim, que a inflação subjacente está em máximos de 28 anos. Este indicador, que exclui as componentes da energia e dos bens alimentares não transformados, acelerou para 7,1% em outubro, mais 0,2 p.p. face a setembro, o que denota que a subida de preços já não está só concentrada nos setores energético e alimentar.
O índice de preços do consumidor (IPC) dos produtos energéticos variou 27,6% em outubro, acelerando face à subida de 22,2% registada no mês anterior. No mesmo sentido, a taxa de inflação dos bens alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 18,9% em outubro, mais 2 p.p. em relação a setembro e o valor mais elevado desde junho de 1990.
O que ficou mais caro, face a setembro, foram os bens alimentares e bebidas não alcoólicas e a habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que registaram variações homólogas de 18,6% e 18,5%, respetivamente, acelerando face a variações positivas de 16,4% e 14,6% no mês precedente. Aqui, destaca-se sobretudo a aceleração da inflação homóloga do gás natural em 151,8%, quando em setembro a taxa foi de 47,8%.
Nas classes de consumo individual, verificaram-se ainda aumentos significativos nos restaurantes e hotéis (16,3%), bem como nos acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (12,2%) e transportes (9,9%). No entanto, a subida de preços no setor da restauração e hotelaria abrandou face a setembro (17,7%), tendo o mesmo acontecido com os custos de bens e serviços diversos (2,6% em outubro, menos 0,4 p.p. comparativamente ao mês anterior).
O INE confirma que a variação média do IPC nos últimos 12 meses foi de 6,7% (6,0% em setembro), bem acima da variação média anual de 3,7% prevista pelo Governo no Orçamento do Estado para este ano.
Tal como o IPC, também o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador utilizado nas comparações entre os países da União Europeia, foi revisto em baixa: em vez dos 10,7% avançados na estimativa rápida de 28 de outubro, registou uma variação homóloga de 10,6%, mais 0,8 p.p. face à taxa de setembro, mas inferior em 0,1 p.p. à da Zona Euro.
A estimativa rápida da taxa de inflação homóloga de novembro será divulgada no último dia deste mês.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h09)
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