Centeno critica o “velho hábito” de “reescrever a história com os dados censurados”
Crítica a Carlos Costa? O governador do Banco de Portugal lamentou o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”.
Sem mencionar nomes, o governador do Banco de Portugal criticou esta quinta-feira o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”, numa farpa implícita a Carlos Costa, que tem protagonizado um caso polémico nos últimos dias com o primeiro-ministro.
“Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu”, disse Mário Centeno na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.
“Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados. Parece que gostamos muito disso”, atirou o governador.
"Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu. (…) Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados.”
Nos últimos dias, o seu antecessor no supervisor, Carlos Costa, tem mantido uma polémica acesa com António Costa, tendo acusado o primeiro-ministro de intromissão política no Banco de Portugal quando pressionou a não afastar Isabel dos Santos do BIC em 2016.
Na sequência deste caso, Mário Centeno já tinha pedido respeito pelas instituições e volta agora a criticar Carlos Costa, que esta terça-feira disse ter recebido uma mensagem de António Costa a confirmar que tinha sido pressionado a manter Isabel dos Santos no Banco BIC, hoje chamado EuroBic.
“No mesmo dia em que anunciava um processo judicial, o primeiro-ministro enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para transmitir a inoportunidade do afastamento de Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar uma tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, revelou Carlos Costa no lançamento do livro “O Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa, e que desencadeou toda a polémica.
Em reação a estas afirmações, que considerou serem uma ofensa ao sua honra e bom nome, António Costa disse que ia avançar judicialmente contra o antigo governador do Banco de Portugal entre 2010 e 2020.
(Notícia atualizada às 11h04)
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