Sindicatos e administração da Autoeuropa em guerra de números sobre adesão à greve

Segundo o Site Sul, a Autoeuropa esteve a “recuperar carros parqueados com falta de peças” e no final “deu-os como saídos da linha de montagem (carros de produção)" para atingir meta diária.

Os sindicatos e a administração da Autoeuropa entraram numa guerra de números sobre a adesão à greve na quinta e sexta-feira. A administração anunciou que a adesão total foi de 37% e que o volume de produção planeado para aqueles dias não foi afetado. Mas os sindicatos garantem que “nos períodos de paragem não saiu um único carro no final da linha de produção na área da montagem final”.

Numa nota à imprensa divulgada esta segunda-feira, o Site Sul defende que “a adesão rondou 75%, maioritariamente nos trabalhadores da produção e outras áreas, nos dois dias de greve”. Valores que não estão “muito longe dos números reais e verdadeiros que a empresa apurou internamente e optou por não querer divulgar publicamente”. Por isso, a estrutura sindical afeta à CGTP desafia a Volkswagen Autoeuropa a “divulgar os números reais que apurou internamente da adesão em cada turno à greve e não oculte os mesmo da opinião pública”.

Durante as horas da greve, segundo o sindicato, a empresa esteve a “recuperar carros que estavam parqueados com falta de peças” e no final “deu-os como saídos da linha de montagem (carros de produção) de modo a poder dizer que atingiu o objetivo de produção diária”.

Recorde-se que esta greve foi convocada porque os trabalhadores da Autoeuropa exigem um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, mas a empresa decidiu atribuir um prémio único de 400 euros, posição que levou os trabalhadores a decidirem avançar para a greve nos plenários realizados na semana passada.

A administração aceitou voltar à mesa das negociações no dia 25 e, por isso, a comissão de trabalhadores defendeu que o pré-aviso de greve deveria ser levantado. Esse não foi o entendimento dos sindicatos que optaram por avançar. Uma jogada de risco para alguns já que os níveis de adesão à greve poderiam ser vistos como um teste da força sindical.

O Site Sul garante que se na reunião de sexta-feira não for apresentada nenhuma proposta de aumento salarial extraordinário, o sindicato “vai ouvir os trabalhadores e decidir novas formas de luta se necessárias, até que os trabalhadores atinjam os seus objetivos”.

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