Gazprom ameaça cortar fornecimento de gás enviado à Europa através da Ucrânia

A estatal russa acusa a Ucrânia de reter gás destinado à Moldávia, alertando que os fluxos vão começar a ser reduzidos. Esta era a última ligação que ainda enviava gás russo para a Europa.

A estatal russa Gazprom ameaçou interromper, a partir da próxima semana, os envios de gás russo que chegam à Europa via Ucrânia, pondo em causa, assim, a última ligação que ainda enviava gás de Moscovo para o bloco europeu.

Numa mensagem divulgada através do Telegram, a Gazprom alerta que alguns volumes de gás com destino à Moldávia estão a ser retidos na Ucrânia e que, por isso, a partir de 28 de novembro, pelas 10h da manhã, irá limitar os envios para o país vizinho correspondentes à quantidade de gás que não chegam aos clientes da Moldávia.

Em reação à notícia, os futuros do holandês TTF – que são a referência para os mercados europeus – para entrega em dezembro subiram 4% para 121 euros pelas 16 horas desta terça-feira.

A Gazprom calcula que até agora a Ucrânia tenha acumulado 52,52 milhões de metros cúbicos de gás destinados à Moldávia. A gigante envia atualmente cerca de 43 milhões de metros cúbicos por dia para a Europa via Ucrânia — a última rota restante para os mercados da Europa Ocidental.

Recorde-se que em setembro, a Gazprom decidiu desligar “a torneira” ao gás russo enviado através do Nord Stream 1, depois de alegar falta de condições técnicas para manter a operação. Desde então, o gasoduto sofreu duas explosões (e no Nord Stream 2 outras duas) que resultaram em ruturas nas condutas e que obrigaram a uma paralisação mais prolongada, à medida que decorre uma investigação para o apuramento das causas.

As autoridades suecas vieram a público esta semana revelar que o inquérito posto em curso indicava que as ruturas no Nord Stream 1 “mostram restos de explosivos” e que foram “descobertos vários objetos estranhos”, sugerindo a possibilidade de sabotagem.

Da parte de Moscovo, também está a ser realizada uma investigação. O Kremlin acusou o Reino Unido de estar na origem das explosões que danificaram o Nord Stream 1 e 2, garantindo que os serviços de informações “têm provas que sugerem que o ataque foi dirigido e coordenado por especialistas militares britânicos”.

“Há evidências de que o Reno Unido está envolvido numa sabotagem, num ataque terrorista contra infraestruturas vitais de energia não russas, mas internacionais”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa, no início de novembro.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Gazprom ameaça cortar fornecimento de gás enviado à Europa através da Ucrânia

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião