Com menos lojas e funcionários, comércio vende mais em 2021 do que antes da pandemia
Setor do comércio teve menos empresas e trabalhadores em 2021 em comparação com 2019, mas conseguiu aumentar o volume de negócios e a margem comercial, indica o INE.
Os negócios do comércio geraram mais receita em 2021 do que em 2019, antes da pandemia de Covid. No final do ano passado, este setor de atividade gerou um total de 21,2 mil milhões de euros para a economia, mais 7% do que em todo o ano de 2019, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta terça-feira.
As empresas do comércio aumentaram o volume de negócios para 157,2 mil milhões de euros, mais 4,1% face a 2019, e ainda acrescentaram 4,3% à margem comercial. O desempenho foi conseguido apesar de o número de empresas ter diminuído em 1,3% (215,5 mil) e o de trabalhadores ter travado 1,8% (793,8 mil empregos). Os funcionários do comércio receberam um total de 10,5 mil milhões de euros em 2021, com o ordenado médio anual bruto a fixar-se em 10.456 euros, menos de 747 euros por mês se o salário for recebido em 14 “prestações”.
Em 2021, a maioria das empresas de comércio (52,1%) era detida por empresários em nome individual ou trabalhadores independentes. Em comparação com 2019, ainda assim, regista-se uma descida de 1,7 pontos percentuais, refere o INE. Por divisões, houve comportamentos diferentes entre as atividades de retalho (junto do consumidor), por grosso (junto de outras empresas) e de comércio e manutenção automóvel.
O comércio por grosso gerou 51,4% do volume de negócios do setor, sendo constituído por 59,3 mil entidades. O comércio a retalho contribuiu com 35,7% da faturação, embora continue a ter o maior número de empresas (124,3 mil). O comércio e manutenção automóvel contava com 31,9 mil entidades registadas.
Comércio grossista acima de 2019
O comércio grossista registou um volume de negócios 8,4% acima dos números pré-pandemia e gerou um valor acrescentado 13,9% superior a 2019. A margem comercial por empresa e no global ficou 8,4% acima dos dados de 2019 embora o número de empresa tenha diminuído em 0,6%.
Num ano recheado de venda de testes para despistagem de Covid-19, os produtos farmacêuticos foram os mais negociados no mercado grossista, com uma quota de 10,9%. Ainda assim, 0,5 pontos percentuais abaixo de 2020. Num ano de retoma da economia, o comércio de combustíveis representou 9,6% dos negócios.
Vendas em feiras caem face a 2019
O comércio aos consumidores proporcionou mais 3,4% de faturação face a 2019. A margem comercial global cresceu 0,7% em comparação com o mesmo ano. Este desempenho foi conseguido mesmo que o número de trabalhadores tenha ficado 2,7% abaixo de 2019.
Por tipo de comércio a retalho, as vendas fora de bancas, feiras ou locais móveis ficaram 25,5% acima de 2019, o maior crescimento entre as áreas analisadas pelo INE. Em sentido contrário, os negócios nas feiras e bancas caíram 8,3% face a 2019. Em 2021, os mercados e feiras tiveram vários períodos de encerramento por causa das restrições pandémicas.
Finalmente, o comércio, manutenção e reparação de carros continua abaixo de 2019, com o volume de negócios 8,7% abaixo dos números pré-pandemia. O pessoal ao serviço deste setor caiu 0,6% e a margem por empresa ficou 1,6% abaixo dos dados de 2019.
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