Juros da Zona Euro terminam ano sob pressão. Portugal em máximos de quase seis anos

Dívida da Zona Euro está sob pressão neste final de ano, com a promessa de agressividade do BCE para conter a inflação. Taxa portuguesa a dez anos está em máximos desde abril de 2017.

Os juros da dívida da Zona Euro estão sob pressão neste final de ano, em reação à postura mais agressiva que o Banco Central Europeu (BCE) mostrou na sua última reunião de política monetária. A taxa portuguesa está a negociar em máximos de quase seis anos. Já a Alemanha regista o custo de financiamento mais alto desde 2011.

Esta quarta-feira, a yield associada às Obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos no mercado secundário estava nos 3,486%, o valor mais elevado desde abril de 2017.

neste mês de dezembro a taxa já escalou 60 pontos base, acelerando depois da reunião do Banco Central Europeu (BCE) de 15 de dezembro, na qual, embora tenha aliviado o ritmo de subidas dos juros, o banco central sinalizou ao mercado que vai ter de continuar a apertar a sua política monetária de forma acentuada nos próximos tempos para fazer regressar a inflação à meta dos 2%.

No prazo a cinco anos, a taxa portuguesa está nos 2,864%, situando-se em máximos desde 2014.

Juros a 10 anos em máximos desde abril de 2017

Fonte: Reuters

Também os juros da dívida de Espanha e Itália estão a agravar-se na ponta final de 2022, o ano que marcou definitivamente a inversão dos juros na Zona Euro com os esforços do banco central para combater a escalada dos preços depois de uma década de taxas praticamente nulas.

A taxa espanhola a dez anos avança para os 3,53%, a mais alta desde fevereiro de 2014. Já os juros italianos no mesmo prazo estão nos 4,59% — depois de em outubro terem superado os 4,8%.

Na Alemanha, a yield das bunds – a referência para toda a Zona Euro — também renovam máximos desde julho de 2011, situando-se nos 2,466%. A taxa a dois anos, mais sensível a mudanças nas expectativas para as taxas de juro, sobe para 2,678%, tendo tocado o valor mais elevado desde 2008 nos 2,714% na última sessão.

Desde o verão que o BCE já aumentou a sua taxa principal dos -0,5% para 2%. O governador do Banco Central dos Países Baixos, Klaas Knot, afirmou esta segunda-feira que ainda há muito caminho a percorrer na subida dos juros, o que adicionou pressão sobre as obrigações. “O risco de fazermos pouco continua a ser o maior risco. Estamos apenas no início da segunda parte”, disse Knot em declarações ao Financial Times.

Os investidores esperam que o BCE suba novamente as suas taxas em 50 pontos base na próxima reunião marcada para o início de fevereiro.

A subida dos juros da dívida no mercado secundário irá refletir-se num aumento dos custos de financiamento dos governos nas emissões de dívida do próximo ano.

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