“Estado não manda na TAP, nem faz ideia do que se passa lá dentro”, diz Cotrim de Figueiredo

Presidente da IL exige que TAP e Governo prestem esclarecimentos quanto à indemnização de Alexandra Reis, frisando que a sua demissão não é suficiente para resolver a polémica.

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) considera que a demissão de Alexandra Reis como secretária de Estado do Tesouro não é suficiente para encerrar o capítulo de rescisão do contrato na TAP, que serviu para receber 500 mil euros de indemnização e, por isso, exige que a companhia aérea e o Governo prestem esclarecimentos.

“Não fica resolvido. A demissão era esperada. Desta vez nem foi preciso esperar meses, foi uma questão de dias — mas não fica resolvido porque há questões que ficam por ser respondidas, quer a nível da gestão executiva da TAP, quer a nível da tutela política da empresa“, afirmou João Cotrim de Figueiredo, esta quarta-feira, em declarações à RTP 3.

Segundo o deputado, tanto o ministro das Infraestruturas como o ministro das Finanças estão a “querer atirar areia para os olhos“, em particular, Pedro Nuno Santos, por considerar “que bateu com as mãos nos peito, há dois anos, quando começou a injetar milhares de milhões de euros na TAP” sob o argumento de que a empresa ia ser “do interesse público” e que o Estado ia mandar nela.

Mas o Estado não só não manda, como não faz ideia do que se passa lá dentro“, frisou. “Este tipo de arrogância e auto convencimento tem de ter uma consequência política”, argumentou o liberal, acusando, também, o primeiro-ministro António Costa de não só “ficar à espera de saber para onde o vento sopra para tomar uma decisão”, mas de querer “agarrar-se à maioria absoluta que hoje os portugueses já não lhe dariam”.

Segundo João Cotrim de Figueiredo, a comissão executiva da TAP “não usou o enquadramento jurídico mais favorável para o contribuinte” e sublinhou que a companhia aérea “está a sobreviver à custa dos portugueses” com “dinheiro que faz falta”.

“Enquanto em Espanha reduz-se o IVA dos alimentos, em Portugal injeta-se quase mil milhões de euros na TAP“, afirmou, recordando que, esta terça-feira, o Governo autorizou a entrada de mais 980 milhões de euros na TAP, naquele que é o último reforço de capital previsto no âmbito do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia.

Esta terça-feira, Alexandra Reis apresentou o pedido de demissão, solicitado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. A ex-secretária de Estado do Tesouro esteve envolvida nos últimos dias numa polémica relacionada com a TAP, após o Correio da Manhã ter noticiado, no sábado, que esta recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea.

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