Glovo entre multa de 57 milhões e prémios à equipa
Empresa espanhola de entrega pagou nova multa por dar emprego a trabalhadores que não eram independentes. Ao mesmo tempo, terá atribuído bónus de 115 milhões apesar de não apresentar lucros.
A plataforma de entregas Glovo está envolvida em duas polémicas esta terça-feira. A empresa espanhola foi multada em 56,7 milhões de euros por dar emprego a falsos trabalhadores independentes. Ao mesmo tempo, soube-se que a administração e alguns funcionários da tecnológica receberam prémios de cerca de 115 milhões de euros por conta da venda de cerca de 50% do capital à Delivery Hero, no final de 2021.
A multa de 56,7 milhões de euros foi imposta pela Inspeção-Geral do Trabalho e Segurança Social de Espanha porque foi dado trabalho a 7.022 “falsos trabalhadores independentes”, isto é, trabalhadores que diziam ser independentes, mas que depois cumpriam horários fixos como se fossem funcionários por conta de outrem. A sanção também se deveu à inscrição de 813 trabalhadores estrangeiros sem visto laboral, refere a agência Europa Press (acesso livre).
Os “falsos trabalhadores independentes” levaram o Governo de Espanha a impor, a partir de agosto de 2021, novas leis laborais e a obrigar as plataformas como a Glovo a contratar como trabalhadores fixos os seus estafetas. A empresa espanhola anunciou que vai recorrer da sanção porque a multa “refere-se a um período anterior à aplicação da nova lei”.
Prémios de 115 milhões
Foi nas últimas horas de 2021 que a Glovo anunciou a venda de 50% do capital à Delivery Hero. A concorrente alemã concluiu a aquisição no início de julho e passou a deter cerca de 94% das ações da plataforma espanhola, a troca de 509 milhões de euros. Associados a esta operação estiveram planos de incentivos que correspondiam a um total de 114,7 milhões de euros, segundo informação divulgada nesta terça-feira pelo Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).
Entre os 15 executivos que beneficiaram deste bónus estão os dois fundadores da Glovo, Oscar Pierre e Sacha Michaud. Ambos continuam na empresa apesar de a empresa ter registado prejuízos de 496 milhões de euros, muito por culpa de provisões devidas à perda de valor da Delivery Gero, que registou uma desvalorização de 60%.
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