Apesar de os sinais no ecossistema tech não serem os mais favoráveis, Gil Azevedo, da Union Factory Lisboa, acredita que vão 'nascer' mais unicórnios, mas scaleups terão de ter "métricas mais fortes".
Já são conhecidas as oito scaleups que a Unicorn Factory Lisboa e, apesar de os sinais no ecossistema tecnológico não serem os mais favoráveis, com o abrandamento das rondas de investimento e layoffs nas grandes tecnológicas, Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa e da Unicorn Factory Lisboa, considera que nada impede que Portugal venha assistir ao nascimento de um novo unicórnio.
“O contexto atual é mais exigente, mas há capacidade para termos novos unicórnios, sendo no entanto necessário as scaleups demonstrarem métricas mais fortes para atingirem este estatuto“, diz o responsável.
As primeiras scaleups a integrar o Scaling Up program já foram selecionadas. O que pesou na sua escolha? Quais os próximos passos?
O processo de seleção passou por uma análise ao perfil das scaleups, por forma a avaliar a sua adequação ao programa. Após uma análise aprofundada aos seus modelos de negócio e estágio atual de desenvolvimento, foram escolhidas aquelas que cumpriam com todos os requisitos para uma entrevista para discutir em detalhe cada uma das scaleups e os respetivos percursos. A escolha das oito scaleups que integram a esta primeira edição do programa, teve por base uma avaliação dos critérios base (investimento angariado, equipa, produto, crescimento recente), e do fit com o programa (plano de internacionalização, capacidade de apoio pelos parceiros e potencial de negócio).
Foi de facto uma tarefa difícil selecionar as oito scaleups que vão avançar para o primeiro cohort do programa, dada a qualidade dos projetos candidatos. Um aspeto que encorajamos é o facto de que as scaleups, que não foram selecionadas para esta edição devido à capacidade do programa, terem a oportunidade de se candidatar novamente.
Os próximos passos passam por dar início ao programa com uma apresentação das scaleups aos investidores e parceiros, e dar o pontapé de saída com os diferentes apoios do programa. Em concreto, começa agora a formação em temas críticos para o crescimento das scaleups, como o tema de liderança de equipas, as sessões de mentoria adaptadas às necessidades de cada scaleup, com especialistas e quadros seniores de unicórnios, e também o contacto com as empresas-líder para possíveis parcerias.
Lei das Startups tem passos importantes para melhorar a atratividade e atualizar a legislação para que Portugal continue a ser a escolha para empresas tecnológicas, sendo no entanto fundamental assegurar a agilidade do processo burocrático que tem que acompanhar a rapidez destas empresas.
A Glovo já deu indicação de que está a ponderar parceria com a Unicorn Factory Lisboa. Estão a negociar com outras organizações para se juntarem aos parceiros estratégicos do projeto?
Para já podemos avançar que tivemos uma reunião com a Glovo, e que estamos a explorar diferentes formas de parcerias. Temos vindo a falar com várias organizações para também se juntarem às diferentes iniciativas da Unicorn Factory Lisboa e estamos, naturalmente, abertos a todas as empresas que queiram dar o seu contributo para o ecossistema e serem parceiras da Unicorn Factory Lisboa.
Aguarda-se a publicação da nova Lei das Startups. O diploma pode, de algum modo, a efetivamente aumentar a atratividade do ecossistema de startups nacional atraindo novas empresas a instalar-se em Lisboa, em Portugal?
A Lei das Startups é um tema que acompanhamos de perto, já que irá influenciar a forma como trabalhamos com as startups, scaleups e empresas a instalar-se em Portugal no programa Soft Landing. Esta proposta de lei tem passos importantes para melhorar a atratividade e atualizar a legislação para que Portugal continue a ser a escolha para empresas tecnológicas, sendo no entanto fundamental assegurar a agilidade do processo burocrático que tem que acompanhar a rapidez destas empresas.
E como tem decorrido o programa de Soft Landing?
O programa de Soft Landing é um programa de apoio individual a empresas internacionais e já recebemos várias candidaturas através do nosso site. As admissões ao programa são contínuas e estamos atualmente em conversações com estas empresas para definir o apoio que precisam.
O setor tech tem estado num enorme turbilhão com inúmeras empresas a avançar com layoffs. Face ao atual clima económico, como avalia a capacidade do projeto em ajudar as scaleups a dar novos passos no seu projeto? Haverá capacidade de emergir novos unicórnios?
A Unicorn Factory Lisboa age como facilitador e catalisador de crescimento, independentemente do contexto económico, através da capacitação, mentoria, parcerias e contacto direto com a rede de 28 investidores parceiros do programa, contribuindo para atrair a internacionalização destas scaleups, mais investimento e mais postos de trabalho.
O contexto atual é mais exigente, mas há capacidade para termos novos unicórnios, sendo no entanto necessário as scaleups demonstrarem métricas mais fortes para atingirem este estatuto.
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“Contexto atual é mais exigente, mas há capacidade para termos novos unicórnios”
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