Inflação volta a abrandar. Cai para 8,5% na Zona Euro em janeiro
Preços mantiveram trajetória de abrandamento no arranque do ano, com taxa de inflação a cair para 8,5% em janeiro. Recua há três meses, após pico atingido em outubro.
A subida dos preços continua a abrandar na Zona Euro. A taxa de inflação desacelerou para 8,5% em janeiro, abaixo dos 9,2% registados em dezembro, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo Eurostat. Recua pelo terceiro mês, após o pico de 10,6% atingido em outubro.
O abrandamento nos preços da energia explica, em grande medida, o novo alívio nas pressões inflacionistas, com esta componente a passar de uma inflação de 25,5% no final do ano passado para 17,2% no arranque de 2023. Temperaturas mais amenas no inverno europeu ajudaram a conter os preços energéticos, incluindo gás natural.
Também a componente dos serviços contribuiu para a desaceleração da inflação em janeiro (caiu para 4,2%).
Já os preços na alimentação contrariam a tendência geral, com a inflação homóloga a subir de 13,8% em dezembro para 14,1% em janeiro. A subida foi ditada pelos alimentos processados, já que nos não processados a taxa desacelerou.
Ainda assim, a inflação subjacente — que exclui os preços da energia e alimentação, por serem mais voláteis – subiu em janeiro para 7%, mais uma décima em relação a dezembro, algo que deverá ser tido em conta na reunião do Banco Central Europeu (BCE) desta quinta-feira e da qual deverá sair uma nova subida das taxas de juro em 50 pontos base. O BCE trabalha com o objetivo de uma inflação de 2%.
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Os analistas alertam para o facto de ainda não se ter incorporado informação relativa aos preços na Alemanha, pelo que a estimativa rápida da inflação deve ser lida com cuidado redobrado.
Com uma inflação de 8,6%, Portugal está praticamente alinhado com a média da moeda única, mas a realidade dentro da Zona Euro mostra dinâmicas de preços bastante divergentes. Letónia (21,6%), Estónia (18,8%) e Lituânia (18,4%) registaram as maiores taxas de subidas dos preços, o que se pode explicar pela maior dependência da energia da Rússia. Por seu turno, Espanha e Luxemburgo registaram taxas de inflação de 5,8%, as mais baixas da região.
O conselho de governadores reúne-se amanhã para nova decisão sobre política monetária. Os mercados antecipam que as taxas de juro venham a atingir um pico de 3,5%, a maior taxa em mais de 20 anos, sugerindo subidas adicionais de 100 pontos base depois da decisão que será anunciada esta quinta.
(Notícia atualizada às 10h33)
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