Receitas trimestrais da Vodafone desaceleram e crescem 5,8%

Operadora conseguiu receitas totais de 315 milhões de euros entre outubro e dezembro, mais 5,8% do que no trimestre homólogo. Receitas com telecomunicações desaceleraram.

A Vodafone Portugal viu as receitas de serviço crescerem 3,7% em termos homólogos no último trimestre do ano passado, que, no calendário da empresa, é considerado o terceiro trimestre fiscal. Foram 280 milhões de euros obtidos com o negócio das telecomunicações, montante que sobe para 315 milhões se tido em conta o total da operação (+5,8%).

Os dados revelados esta quarta-feira mostram que o crescimento da operadora foi desacelerando trimestre após trimestre durante o ano de 2022, que ficou marcado pelo choque da guerra na Ucrânia e pelo aumento acentuado da inflação em grande parte do mundo. A melhoria de 3,7% entre outubro e dezembro ficou 5,6 pontos percentuais abaixo do crescimento que a Vodafone tinha registado em Portugal no mesmo trimestre de 2021.

Segundo a empresa, “o número de clientes do serviço fixo voltou a crescer” no período de outubro a dezembro de 2022, “tendo totalizado os 919 mil no serviço de banda larga fixa, enquanto a base de clientes do serviço TV alcançou os 846 mil”. “Em ambos os casos, o aumento em termos homólogos foi de 6,3%. Por outro lado, o serviço móvel registou uma variação positiva de 0,4%” face ao mesmo trimestre de 2021, “compreendendo 4,7 milhões de clientes em Portugal”, explica a companhia.

Na ótica do presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, “este período voltou a refletir o atual contexto macroeconómico e geopolítico, marcado pelos desafios resultantes do expressivo aumento de custos, em particular os de energia”.

A operadora insiste ser consumidora intensiva de energia “pela dimensão e complexidade das redes e sistemas que suportam os serviços” que disponibiliza. “Num momento em que estamos a desenvolver planos de modernização da nossa rede (móvel e fixa) e continuamos a implementação do 5G, este contexto acrescenta desafios extra à nossa operação no novo ano de calendário”, assume o gestor.

Nesse sentido, o responsável recorda a decisão, já noticiada pelo ECO, de subir os preços dos serviços de telecomunicações “a partir de 1 de março”, até 7,8%, apesar de se dizer consciente “da importância social e económica” que os serviços da Vodafone “têm para todas as famílias, empresas e instituições”. Como tal, a Vodafone disponibiliza “igualmente um conjunto de soluções/sugestões para clientes que se encontrem numa situação de especial vulnerabilidade económica”.

Atualmente, a Vodafone aguarda uma decisão da Autoridade da Concorrência relativamente à oferta que lançou sobre a concorrente Nowo. O valor da proposta de aquisição não foi revelado.

A entidade tem poder suficiente para chumbar a operação ou impor remédios, sendo este último o desfecho mais provável e aquele que mais satisfaria a Anacom, o regulador das comunicações, que já pediu ao homólogo da Concorrência a imposição de compromissos. A Anacom teme que a fusão Vodafone/Nowo resulte em barreiras à concorrência e aumentos de preços para os clientes de ambas.

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