Mota-Engil é a ação que mais brilha na Europa em 2023

Desde o início do ano, a construtora liderada por Carlos Mota Santos acumula ganhos de 54%. Entre as 600 maiores empresas europeias não há uma que se aproxime deste feito.

As ações da Mota-Engil EGL 1,90% já escalaram 54% desde o início do ano. Entre as 600 maiores empresas da Europa, apenas as ações da multinacional alemã Kion Group se aproximam do desempenho dos títulos da construtora nacional, contabilizando até à sessão de hoje uma valorização de 49%.

“É o mercado a dar as boas-vindas ao novo CEO”, refere Henrique Tomé, analista da XTB, relembrando o anúncio, a 2 de janeiro, da nomeação de Carlos Mota Santos, membro da terceira geração da família fundadora e acionista de referência do grupo, como presidente do conselho de administração e para presidente da comissão executiva.

A subida da cotação das ações da Mota-Engil também não pode ser separada do regresso do “apetite por ativos de risco” por parte dos investidores neste começo de ano, que é visível com a contabilização de ganhos transversais aos principais índices acionistas.

No entanto, há algo mais a suportar esta subida galopante das ações da construtora em 2023, que tem sido acompanhada por um volume de negociação acima da média dos últimos dois anos: só nas últimas nove sessões, trocaram de mãos, em média, 2,6 milhões de ações da Mota-Engil por dia, 3,5 vezes acima da média diária desde fevereiro de 2021.

“A empresa tem sido subvalorizada pelos investidores ao longo dos últimos dois anos e, de repente, passou-se a olhar para a empresa, sobretudo depois de uma casa de investimento ter publicado uma avaliação favorável”, refere um analista do mercado ao ECO, notando que a baixa liquidez dos títulos também ajudam à ocorrência de picos na cotação.

A avaliação que refere é uma nota de research de Filipe Leite, analista do CaixaBank/BPI, publicado a 23 de janeiro, que atribui um preço-alvo para as ações da construtora entre os 2,53 euros e os 5,26 euros nos próximos 12 a 18 meses, como resultado “do momento muito forte que o grupo está a observar em várias regiões, sobretudo em África e na América Latina”.

Entre os vários dados que potenciam a subida da ação destaca-se uma carteira de encomendas de 9,2 mil milhões de euros revelada em junho, o valor mais elevado de sempre.

Além disso, não passa também despercebido aos investidores a recente publicação do guidance da empresa para os próximos três anos que aponta para uma subida de 30% das receitas em 2022 e para uma redução do nível de endividamento da companhia em 2026, com a dívida a passar de um valor equivalente a 2,6 vezes o EBITDA em junho de 2022 para 1,96 vezes nos próximos três anos.

Além da família Mota, que detém 40% do capital, a estrutura acionista da construtora conta ainda com uma participação qualificada da construtora chinesa China Communications Construction Company (CCCC), que detém 32,4% do capital após entrada na estrutura em 2020.

Esta sexta-feira, as ações da Mota-Engil fecharam a cair 0,7% para os 1,80 euros, 66% abaixo do preço alvo médio dos analistas que acompanham a ação segundo dados da Reuters. Os títulos negoceiam a um preço equivalente a 9,5 vezes os lucros por ação e a 2,3 vezes o seu valor contabilístico, e com uma taxa de dividendos de 3,8%.

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