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Cinema: 903 mil espectadores em janeiro, número abaixo do pré-pandemia

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2023

Os números estão ainda abaixo dos de janeiro de 2020, na fase pré-pandemia, quando se contabilizaram 1,1 milhões de espectadores e 6,1 milhões de euros.

As salas portuguesas de cinema contabilizaram em janeiro deste ano 903 mil espectadores e 5,77 milhões de euros de receita, números que quase triplicam os verificados em janeiro de 2022, ficando, porém, abaixo dos de janeiro de 2020.

De acordo com os dados estatísticos mensais do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), hoje divulgados, os 903.084 espectadores que foram às salas de cinema no passado mês de janeiro representam um aumento de 144,2% em relação aos 363 mil do mesmo mês de 2022, enquanto a receita bruta de bilheteira, no mesmo período, registou um crescimento de 181,4% sobre os dois milhões de euros acumulados em janeiro do ano passado.

Estes números, embora se enquadrem no ritmo da recuperação da exibição cinematográfica em Portugal nos últimos meses, estão ainda abaixo dos de janeiro de 2020, na fase pré-pandemia, quando se contabilizaram 1,1 milhões de espectadores e 6,1 milhões de euros.

Os números hoje divulgados pelo ICA demonstram também uma diminuição de espectadores em sala em relação ao mês de dezembro de 2022, quando se somaram 1,224 milhões, mas uma subida sobre os dados dos meses de setembro, outubro e novembro do ano passado, que apresentaram, respetivamente, cerca de 652,5 mil, 818 mil e 805 mil espectadores.

Em janeiro, “Avatar: o caminho da água” confirmou a posição de filme mais visto pelos espectadores portugueses, em sala de cinema. Estreado em 15 de dezembro do ano passado, o filme atingiu 368.094 entradas e 2,75 milhões de euros de receita. “Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, estreado em 26 de janeiro, afirmou-se, em seis dias, o filme português mais visto do mês, com 4.670 espectadores e 23.645 euros de receita, ultrapassando os outros três filmes portugueses que também tinham chegado às salas em janeiro: “A noiva”, de Sérgio Tréfaut, terceiro mais visto, “Guerra”, em quinto lugar, e “Frágil”, de Pedro Henrique, em oitavo, no ‘ranking’ divulgado pelo ICA.

No total, para janeiro, os números do ICA indicam a estreia de 32 longas-metragens em salas portuguesas de cinema, destacando que, deste número, 21% corresponderam a obras provenientes dos EUA e 50% a obras de origem europeia – uma relação que se inverte quando se tem em conta o número de espectadores, com os filmes europeus a representarem 9,5% das entradas e os de origem norte-americana 80,6%.

Nos resultados de bilheteira por distribuidor, o ICA realça “a concentração” de 89% do mercado em filmes de três empresas – NOS Lusomundo, Cinemundo e Big Picture -, enquanto 91% do mercado de exibição é repartido pela NOS, UCI, Cineplace e NLC – Cinema City.

Quanto à produção de obras portuguesas apoiadas, no período, o ICA destaca que foram concluídas quatro longas-metragens (duas de ficção e dois documentários) e seis curtas-metragens (duas de ficção e quatro de animação).

No ano de 2022 houve um aumento de 75% na audiência, em relação a 2021, com um total de 9,5 milhões de espectadores em sala, contra 5,4 milhões de entradas do ano anterior, e com a subida de 80% da bilheteira, de 30,6 milhões de euros para 55,3 milhões de euros. No entanto, comparando o ano de 2022 com o de 2019, o último ano antes da pandemia da covid-19, os dados totais demonstram que a recuperação da exibição em sala de cinema tem sido lenta, com a audiência a não conseguir ultrapassar a fasquia dos 10 milhões de espectadores: em 2019 foram registados 15,5 milhões de espectadores e 83,2 milhões de euros de receitas.

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