“Uma boa rentabilidade é essencial para todos os que fazem a TVI”
2023 será decisivo para os canais de televisão em sinal aberto, com a distância entre a SIC e TVI encurtada no último ano.José Eduardo Moniz sinaliza a importância da rentabilidade do canal.
Esta segunda-feira, às 20h, o Jornal Nacional regressa à TVI. Agora apresentado pelas duplas Sara Pinto, José Alberto Carvalho, Sandra Felgueiras e Pedro Benevides, a estreia do jornal protagonizado por Manuela Moura Guedes – na fase de relançamento da TVI há 23 anos – representa uma das principais apostas de José Eduardo Moniz. O dia do 30º aniversário da estação foi o escolhido para a estreia do ‘novo’ formato e o diretor-geral não esconde que a ambição é que “a TVI volte a ser o canal preferido dos portugueses”.
“O nosso foco principal está na TVI [na informação], porque na TVI ambicionamos ser líderes e não somos”, dizia em entrevista ao ECO/M+, já em novembro, Nuno Santos, diretor da CNN e também diretor de informação da TVI. “O jogo está aberto. E nós estamos a jogá-lo”, comentava o responsável.
Em janeiro, recorde-se, a SIC e a TVI fecharam o mês separadas por 1,6 pontos de share, com o canal da Impresa a registar 17,09% de share e a estação da Media Capital 15,47%. A RTP1 situou-se nos 12,11%. No prime-time, entre as 20h e as 24h horas, período no qual está concentrada a maior fatia do investimento publicitário, as estações estavam separadas por 1,2 pontos percentuais
“É preciso termos a noção de que o mercado português é muito pequeno e que há fatores que contribuem para uma eficaz relação custo-benefício. A liderança é um deles”, enquadra agora José Eduardo Moniz, quando questionado pelo +M/ECO sobre a importância da liderança para a rentabilidade da estação.
“O problema é que quando um passa a liderar, o outro fica desequilibrado, porque tem a estrutura preparada para a liderança”, dizia também ao +M/ECO Pedro Morais Leitão, desde o final de junho CEO da Media Capital, em janeiro.
E, se recuarmos ao final de junho, o negócio de televisão na Media Capital gerou rendimentos operacionais de 64,7 milhões de euros (+5%) e teve gastos operacionais de 69,4 milhões (+1%). O EBITDA situou-se nos 4,8 milhões negativos, uma melhoria de 32% versus os sete milhões negativos do último ano. O resultado operacional foi de sete milhões negativos, uma recuperação de 25% na comparação com o primeiro semestre de 2021.
Em publicidade, o grupo obteve no primeiro semestre – últimos números conhecidos – 54,3 milhões de euros, um crescimento de 9% na comparação com os primeiros seis meses do último ano. Desses, 44,7 milhões foram na operação televisão, que cresceu 5% em relação aos primeiros seis meses do último ano. No item ‘Outros Rendimentos’, que representam cerca de 20 milhões do negócio televisão, não houve variação.
No mesmo período a Impresa, dona da SIC, registou no negócio da televisão, o principal, uma queda de 3,7%, para cerca de 77 milhões. Apesar do bom desempenho nas audiências, neste segmento específico, “os custos operacionais aumentaram 2,7%, sendo este desvio justificado, na sua maioria, pelos custos com a cobertura da guerra na Ucrânia e pelo ataque informático de que o grupo Impresa foi alvo”, apontava o grupo no comunicado enviado à CMVM em julho.
Sem as contas anuais divulgadas, não é ainda possível analisar os números de 2022 dos dois canais, nomeadamente olhar a forma como as audiências impactam as receitas. Sabemos, no entanto, que em televisão em sinal aberto o investimento em publicidade [via agência de meios] no último ano foi de 206 milhões de euros, valor repartido pela SIC, TVI e RTP. A este montante, que revela um crescimento de 1% em relação a 2021, somam-se os 65,3 milhões nos canais cabo, esses com uma variação positiva de 10,7%.
“Uma boa rentabilidade é essencial para garantir o bem-estar de todos aqueles que, todos os dias, com dedicação, fazem a TVI”, prossegue José Eduardo Moniz em entrevista ao +M/ECO. Para daqui a três semanas, recorde-se está marcada uma greve na TVI, com os trabalhadores a reclamarem um aumento salarial mínimo de 8% para todos os funcionários, sendo que a administração fixou aumentos máximos de 8%.
Também na Impresa, onde Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo, já traçou o objetivo de aumentar as receitas em 15% a 20% até 2025, cerca de 150 trabalhadores da SIC fizeram um protesto silencioso por aumentos no início do mês.
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