EDP Renováveis duplica capacidade eólica e solar até 2026

Depois da casa-mãe ter anunciado que vai avançar com um aumento de capital para financiar uma OPA à EDP Brasil, Miguel Stilwell de Andrade revela que a EDP Renováveis também tem na mira um aumento de capital de mil milhões de euros, para acelerar o investimento nas energias eólica e solar.

Tal como consta plano de negócios para o período de 2023-2026, divulgado esta quinta-feira, pela Comissão do Mercado e dos Valores Mobiliários (CMVM), este aumento de capital será suportado por um acordo de investimento com o fundo soberano de Singapura, o grupo GIC, “um dos principais investidores mundiais a longo prazo”, que pagará entre 19,25 e 20,5 euros por cada ação da EDP Renováveis. Porém, a EDP Renováveis deixa ainda em cima da mesa a possibilidade de realocar até 150 milhões de euros do novo aumento de capital a um conjunto de “investidores qualificados” ao mesmo preço acordado com o fundo da Singapura.

Este aumento de capital — sujeito “a aprovações societárias e à existência de condições de mercado favoráveis” — servirá acelerar o crescimento e subsidiar o plano de investimentos avaliado em 20 mil milhões de euros brutos.

Segundo a nota, esse montante permitirá concretizar o desenvolvimento de 17 gigawatts (GW) de adições de capacidade renovável (4 GW por ano), “praticamente duplicando a capacidade instalada eólica e solar até 2026“, ambos em 40%, quando comparado com 2020, explica a nota. Além disso, será também reforçado o investimento noutras tecnologias emergentes, como a energia solar distribuída, o eólico offshore (0,7 GW de adições líquidas) , baterias e hidrogénio.

Os maiores investimentos serão realizados na América do Norte, representando 7,4 GW do total das adições previstas no plano da EDP Renováveis, enquanto na Europa a aposta traduzir-se-á em mais 5,6 GW de adições. Na América do Sul e na Ásia Pacífico as adições serão correspondentes a 2,2 GW e 1,2 GW, respetivamente.

Ainda no âmbito do plano de negócios trianual, a EDP Renováveis tem prevista uma manutenção da estratégia de rotação de ativos, traçando o objetivo de proveitos de 7 mil milhões euros até ao final de 2026. Este montante, representaria cerca de 30% das novas adições, explica a nota.

Com este plano em curso, a EDP Renováveis espera chegar a 2026 com um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização recorrente) de cerca de 3 mil milhões de euros e um resultado líquido recorrente de 900 milhões de euros.