Greve na CP de 10 de março com serviços mínimos para 30% dos comboios
Maquinistas da CP fazem paralisação total na sexta-feira em luta por aumento dos salários para fazer face à inflação média de 7,8%. Entre 11 e 17 de março, a greve será a partir das 7h30 de serviço.
Está marcada uma nova greve para os comboios da CP. Para os dias 10 a 17 de março está convocada uma paralisação dos maquinistas afetos à transportadora ferroviária do Estado, que exigem aumentos salariais compatíveis com a taxa de inflação média de 7,8% em 2022. Na sexta, dia 10, a greve será de 24 horas e terá efeitos para os passageiros logo na véspera, dia 9. Entre os dias 11 e 17, os maquinistas vão cumprir uma paralisação a partir das 7 horas e 30 minutos de trabalho.
Desta vez, no entanto, foram decretados serviços mínimos para os dias 9, 10 e 11 de março, segundo acórdão do Tribunal Arbitral publicado na segunda-feira.
Para sexta-feira, dia 10, como há greve de 24 horas, terão de ser feitas pelo menos 30% de todas as viagens programadas para todos os serviços da CP, dos comboios suburbanos aos trajetos de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades), passando pelo serviço regional.
Nos 9 e 11 de março, apenas ficaram definidas circulações mínimas para menos de 25% dos comboios de longo curso e pouco mais de 15% das viagens programadas para o serviço regional.
Nas próximas horas, a CP irá comunicar aos passageiros que já têm bilhetes comprados como podem pedir o seu reembolso ou revalidação sem custos. Serão ainda apresentados os horários contemplados pelos serviços mínimos para esta paralisação.
Esta é a segunda greve dos maquinistas da CP em pouco mais de um mês, depois da paralisação entre 8 e 21 de fevereiro, da qual apenas o dia 9 de fevereiro teve uma paragem de 24 horas: entre 10 e 16 de fevereiro, a paragem foi a partir das 7h30 de serviço; entre 17 e 21 de fevereiro, a greve foi apenas para os comboios históricos.
Os maquinistas, tal como os restantes sindicatos afetos à CP, exigem aumentos salariais compatíveis com a taxa de inflação média registada em 2022, de 7,8%. Sob a ‘batuta’ do Ministério das Finanças por pertencer ao setor público empresarial, a transportadora apenas está autorizada a aumentar os vencimentos em 5,1%. No entanto, esta percentagem inclui “todos os efeitos e componentes remuneratórias, incluindo as atualizações salariais, progressões, promoções e subsídio de refeição, entre outros, mas exclui eventuais impactos financeiros que decorram da variação líquida do número de trabalhadores”, segundo gabinete de Fernando Medina.
Em termos líquidos, o incremento salarial não passa dos 3,49% e significa perda de poder de compra. Para os maquinistas, a situação é “análoga à vivida nos tempos da troika“, conforme salientou António Domingues, presidente do sindicato SMAQ, em entrevista ao podcast Sobre Carris.
A CP poderia reconquistar poder de negociação através da autonomia financeira. Isto seria possível se fosse cumprida a reestruturação de mais de 80% da sua dívida, prevista no Orçamento do Estado para 2022 e que acabou por ser transferida para o documento deste ano.
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