The F Side. Um ‘LinkedIn’ para dar visibilidade às mulheres criativas em Portugal
Depois da criação de uma base de dados com mulheres criativas, eventos, mentorship, portefólio nights estão nos planos das mentoras do projeto The F Side.
Uma larga maioria do trabalho das agências de publicidade é na criação de campanhas tendo as mulheres como público-alvo. Mas não são necessariamente mulheres os profissionais por trás da criatividade das marcas. As promotoras do The F Side falam de uma proporção, em média, de 30% de mulheres nos departamentos de criatividade da agência. E querem promover uma maior paridade de género através de uma espécie de LinkedIn — mas no Instagram — para dar visibilidade às criativas e promover a sua contratação.
“Uma das coisas que me surpreende mais é, depois de estar ausente durante 10 anos (de Portugal), os nomes que se “conhecem” são os mesmos. Perceber o mercado, para eventualmente contratar, e ouvimos nomes de homens. Alguma coisa não faz sentido”, diz Maria Inês Leiria, diretora criativa da Wunderman Thompson sobre o que motivou lançar este projeto pessoal, juntamente com Sara Soares (diretora criativa da Wunderman Thompson), Nádia Pinto (freelancer) e Teresa Verde Pinho (criativa na AKQA de São Paulo).
Perante este cenário de invisibilidade, a decisão foi tomada. “Vamos nós dar visibilidade as mulheres da indústria, para que no futuro os nomes delas também sejam mencionados“, continua Maria Inês Leiria, à ECO Pessoas.
O The F Side é também uma forma de acabar de vez com a conversa do “até queria contratar mulheres, mas não conheço”.
O funcionamento é simples. Trata-se de uma “página de IG que promove o The F side, o que é, e como é que as mulheres que já trabalham na área criativa podem ser mencionadas e celebradas. Um site, que mostra o talento feminino em estilo de base de dados”, descreve a promotora. “Não queremos mais ouvir ‘Eu queria contratar mulheres, mas não conheço‘”
E não faltam outros projetos. “Isto é só o começo. Eventos, mentorship, portefólio nights… Está tudo nos planos”, garante Maria Inês Leiria.
Sara Soares explica porquê. “Mesmo quando estas desculpas acabarem, vamos ter de continuar a trabalhar nas outras. A perceção de que as mulheres são menos criativas, a maternidade como o grande buraco negro da progressão profissional… Mas, por enquanto, sentimos que o primeiro passo é termos um sítio onde se reúna o talento. Criar esta base de dados pode não ser o mais sexy – mas sentimos que é o mais preciso agora.”
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