Portugal volta aos mercados. Quer até 1.250 milhões em obrigações a cinco e oito anos
Agência liderada por Cristina Casalinho está de regresso ao mercado com uma emissão de obrigações a cinco anos e a oito anos, num montante entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.
Um mês depois do último leilão de longo prazo, Portugal está de regresso aos mercados primários de dívida. O IGCP conta emitir na próxima quarta-feira até 1.250 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco anos e a oito anos, numa altura em que os investidores dão tréguas ao país após risco ter subido para máximos do tempo da troika em março.
Em vista estão dois leilões de títulos com maturidade em outubro de 2022 (cinco anos) e outubro de 2025 (oito anos), num montante indicativo entre os 1.000 milhões de euros e os 1.250 milhões de euros, informou esta sexta-feira a agência que faz a gestão da dívida pública liderada por Cristina Casalinho.
No último leilão de longo prazo, o Tesouro português levantou 1.112 milhões de euros em dívida a três anos e nove anos, com os custos de financiamento a dispararem face ao anterior leilão comparável.
De resto, cada ida de Portugal ao mercado de dívida desde o início do ano está a custar mais aos cofres públicos. O custo médio da nova dívida emitida em 2017 subiu para 3,4%, face à taxa de 2,5% que o Tesouro português pagou em média no ano passado.
Portugal já arrecadou pouco mais de um terço do financiamento de longo prazo previsto para 2017. Mas as condições que tem encontrado desde o início do ano têm sido mais adversas, ao ponto de atirar o custo da nova dívida para máximos desde 2014, ano em que a taxa se fixou nos 3,6%, segundo o boletim mensal do instituto que gere a dívida pública. Desde o início do ano, a agência que gere a dívida pública já angariou um total de 5.292 milhões de euros com a venda de Obrigações do Tesouro, com custos mais elevados. Durante o mesmo período, também levantou 4,25 mil milhões em Bilhetes do Tesouro.
Em março, as taxas de juro associadas às obrigações portuguesas dispararam para máximos desde o tempo da troika com impacto da mudança de linhas das obrigações do Tesouro que servem de referência para as diferentes maturidades da dívida de Portugal, uma operação ocorrida a 16 de março, e que atirou o juro da dívida a dez anos para os 4,3%. Ainda assim, as taxas têm estado em forte correção em baixa nas últimas sessões, deixando a yield a dez anos nos 3,9%.
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