Euribor continuam escalada. Taxa a 12 meses quebra fasquia dos 4%
Subida das taxas usadas no cálculo da prestação da casa continua a dar fortes dores de cabeça às famílias. Euribor a 12 meses quebrou barreira dos 4% pela primeira vez em 14 anos.
Para mal das famílias com crédito da casa, as Euribor continuam sem dar tréguas. As taxas usadas no cálculo da prestação da casa não param de subir, mesmo depois das tréguas nos mercados em março devido à instabilidade na banca internacional. No prazo a 12 meses, o indexante mais usado nos novos contratos, a taxa quebrou agora a barreira dos 4%, o que não acontecia desde novembro de 2008.
Isto acontece depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido esta quinta-feira um novo aumento de 25 pontos base nas taxas diretoras, com a presidente Lagarde a preanunciar uma nova subida em julho. A taxa de depósitos subiu para 3,5%, um máximo desde 2001. Os mercados esperam que a taxa terminal se situe nos 4%.
Em pouco mais de ano, a Euribor a 12 meses passou de valores negativos para chegar esta sexta-feira aos 4,002%, um aumento de 450 pontos base num curto espaço de tempo, o que traduz bem a dimensão da guinada da política monetária do banco central nos últimos meses para controlar a inflação.
Seguindo a mesma tendência de subida, as Euribor nos outros prazos também avançaram para máximos de 14 anos: a taxa a seis meses – que continua a predominar no mercado do crédito à habitação – atingiu os 3,822% e a taxa a três meses avançou para 3,572%.
O aumento das Euribor significa que a prestação da casa vai continuar a agravar para os contratos com taxa variável, que representam 90% do mercado português. Para estas famílias, isto significa menos dinheiro no bolso. Em junho, a prestação da casa registou um salto de 290 euros para empréstimos de 150 mil euros e cujas condições foram revistas neste mês.
Por detrás do agravamento destas taxas está o aperto monetário do BCE para fazer baixar a inflação para a sua meta de 2% a médio prazo. Desde julho do ano passado, o banco central já aumentou as taxas de referência em quatro pontos percentuais e deverá atingir o pico depois verão.
Há três meses, na sequência da queda dos bancos Silicon Valley Bank e CreditSuisse, as Euribor interromperam a trajetória de subida, com os investidores a mudarem as suas expectativas em relação ao comportamento dos bancos centrais. Entretanto, já retomaram o caminho e continuarão a subir até ao final do ano, devendo atingir o ponto mais alto no final do ano, de acordo com as perspetivas incorporadas no mercado de futuros.
Além do aumento dos encargos com a casa, as famílias estão também a enfrentar um aumento considerável dos custos dos bens e serviços que consomem no dia-a-dia, como as compras do supermercado ou o combustível do automóvel. A inflação dá sinais de quebra, ainda assim, e o ministro das Finanças acredita que se manterá abaixo dos 3% nos próximos meses.
Para aliviar o impacto da subida dos juros na prestação da casa, o Governo flexibilizou as regras do regime da prevenção do incumprimento no final do ano passado, obrigando os bancos a renegociar os contratos sempre que a taxa de esforço ultrapasse os 36%. Já quase 40 mil créditos da casa foram renegociados entre bancos e famílias em maior stress.
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