Dojo, a loja autónoma da Sensei onde se treina o algoritmo para o retalho do futuro
Num investimento de 2 milhões de euros, a Sensei inaugurou um laboratório onde potenciais clientes e investidores podem testar as potencialidades da tecnologia ao serviço das lojas sem caixas.
Em tudo parece um supermercado normal mas, na Dojo paga-se sem passar pela caixa e os ‘funcionários’ são câmaras e sensores que detetam o que os clientes colocam na sua cesta. É a maior loja autónoma criada pela portuguesa Sensei. Um verdadeiro showroom tecnológico onde se pode vislumbrar por onde poderá passar o futuro do retalho.
Dojo é um sítio onde se pratica artes marciais. No caso da loja da Sensei é um laboratório onde se treina o algoritmo para o que será o retalho no futuro. Cada vez mais autónomo. Criado em conjunto com a Hewlett Packard Enterprises (HPE), num investimento de cerca de 2 milhões de euros (cofinanciado pela União Europeia), o espaço de 500m2 pretende demonstrar que a tecnologia desenvolvida pela scaleup portuguesa — e já visível, por exemplo, no Continente Lab, no Arco do Cego, em Lisboa — é escalável e está preparada para qualquer dimensão, desde um supermercado de rua com 150m2, a um hipermercado com mais de 1.500m2.
O espaço é, em todos os aspetos, um supermercado. Mas está rodeado de uma malha tecnológica invisível. Acima das prateleiras, fora do alcance da vista, 450 câmaras, espalhadas pela loja, identificam o cliente a partir do momento em que entra no local e acompanham-no enquanto faz as suas compras. Sensores embutidos nas prateleiras detetam quando um produto é retirado, sendo toda a informação recolhida enviada para servidores HPE ProLiant, através dos quais os modelos de Inteligência Artificial da Sensei processam grandes quantidades de dados em tempo real.
À saída, o cliente nem tem de passar por uma caixa. Linhas separam os clientes por meio de pagamento sem a necessidade de qualquer colaborador. O cliente pode escolher entre pagamento, em numerário, com cartão de débito ou crédito, ou ainda através de uma aplicação associada a um cartão. Além disso, a Dojo conta com um terminal de pagamento automático, sendo este interativo e capaz de assistir utilizador nos passos a tomar. Em nenhum momento irá encontrar quaisquer cancelas à entrada ou na saída.
O resultado, é uma “experiência sem fricções à entrada” e “intuitiva” com opções de pagamento “100% inclusivas” à saída, garante o CEO e cofundador, Vasco Portugal, ao ECO.
A malha tecnológica que envolve a loja permite saber à saída quais os produtos que um determinado cliente leva, sem a necessidade de fazer um scan, bem como qual o stock de artigos disponível a qualquer momento, facilitando a sua reposição. A vantagem do uso de IA é que, além de permitir uma experiência de retalho mais fluida, dá ainda insights sobre os padrões de consumo dos potenciais clientes e os seus hábitos de compra.
O projeto surge numa altura em que a scaleup nacional — uma das oito a integrar o programa da fábrica de unicórnios — está a dar impulso ao seu processo de internacionalização, tendo já fechado acordo com um retalhista alimentar brasileiro, o Grupo Muffato, a sexta maior cadeia de supermercados no Brasil, marcando a entrada da empresa portuguesa na América Latina.
A Sensei já recebeu um investimento total de 6,1 milhões de euros (Techstars, Seaya Ventures, Iberis, Bright Pixel, Ideias Glaciares e alemã METRO AG) e, ambiciona agora, entrar em cinco novos países e crescer a sua equipa de cerca 40 para 100 pessoas.
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