Von der Leyen pede aos 27 maior investimento em investigação
Von der Leyen apelou aos Estados-membros da UE que aumentem a ambição a nível de investimento em investigação, considerando que consagrar 3% do PIB a esta área até 2030 é insuficiente.
A presidente da Comissão Europeia apelou esta quarta-feira aos Estados-membros da União Europeia que aumentem a ambição a nível de investimento em investigação, considerando que a meta acordada de consagrar 3% do PIB a esta área até 2030 revela-se insuficiente.
Dirigindo-se ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, num debate sobre a cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE agendada para 23 e 24 de março, Ursula von der Leyen, consagrou toda a sua intervenção às medidas propostas por Bruxelas para tornar o bloco comunitário mais competitivo, depois de na semana passada se ter deslocado aos Estados Unidos para discutir com o Presidente Joe Biden a lei de combate à inflação adotada por Washington, que desencadeou a chamada “corrida aos subsídios”.
“Nós, europeus, estabelecemos o objetivo de gastar 3% do nosso PIB em Investigação e Desenvolvimento (I&D). Estamos a aproximar-nos, lentamente mas de forma segura, desse objetivo. Mas tal não é suficiente. Outros são mais rápidos e melhores”, advertiu a presidente do executivo comunitário.
Von der Leyen sublinhou que, embora o montante consagrado a I&D esteja a aumentar lentamente, a percentagem de despesas globais neste domínio recuou de 41% para 31% nos últimos 20 anos.
“A Europa tem de melhorar”, diz Von der Leyen
“Juntamente com a presidência sueca do Conselho, gostaria, portanto, de propor aos chefes de Estado e de Governo que aumentemos o objetivo comum da Europa em matéria de despesas em investigação. Isto não é apenas necessário para os investigadores, cientistas e empresas da Europa. É também um forte sinal da seriedade com que encaramos o reforço da nossa competitividade“, defendeu Von der Leyen, que terá oportunidade de abordar esta questão com os líderes dos 27 no Conselho Europeu do final da próxima semana.
A dirigente alemã lembrou que, na sexta-feira, encontrou-se com o Presidente Biden em Washington para uma “discussão muito boa” sobre o plano norte-americano de combate à inflação, congratulando-se por ter sido possível encontrar “soluções” para as facetas dessa lei que preocupavam a Europa.
Comentando que “existe uma simetria impressionante entre a Lei de Redução da Inflação [dos EUA] e o Pacto Ecológico Europeu”, a ‘bandeira’ da sua Comissão, pois “ambas são simultaneamente uma estratégia climática e uma estratégia de investimento e crescimento”, contemplando uma forte aposta em tecnologias limpas, Von der Leyen disse que a Europa ainda tem de fazer o seu trabalho, para não ficar para trás.
“Nós, europeus, precisamos de melhorar a nossa própria indústria de tecnologia limpa. Precisamos de acelerar e simplificar os procedimentos. E precisamos de conceder melhor acesso ao financiamento público e privado”, defendeu, justificando assim as duas grandes propostas legislativas que a Comissão vai adotar e apresentar na quinta-feira — a Lei de Zero Emissões na Indústria e a Lei sobre Matérias-Primas Críticas, que classificou como “as peças centrais do Plano Industrial do Pacto Ecológico.
“Com uma guerra à nossa porta, os preços voláteis da energia e investimentos maciços [de outras potências] em tecnologias limpas, a Europa tem de melhorar. Esta é a nossa proposta”, concluiu.
Relações com Pequim devem ser estreitadas sem repetir erros passados
Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu estabeleceu esta quarta-feira como prioridade da União Europeia (UE) estreitar as relações com Pequim, mas sem o mesmo grau de dependência que havia com Moscovo e sem recuar nos valores democráticos.
No arranque de um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, para preparar o próximo Conselho Europeu, Charles Michel insistiu na necessidade de estreitar as relações diplomáticas e comerciais com a China.
Contudo, é preciso olhar Pequim “nos olhos”: “Defendendo os nossos valores, como os direitos humanos. Precisamos de reduzir a nossa dependência externa, vimos o que aconteceu com a Rússia, para equilibrar a balança com a China.” O presidente do Conselho Europeu defendeu que também é necessário “abordar com a China os assuntos globais, por exemplo, as alterações climáticas”.
O apelo de Charles Michel para um estreitamente das relações com a China não tem apenas uma lógica económica e comercial. Têm aumentado nos últimos meses as tentativas de diálogo com Pequim para isolar Moscovo e aumentar, assim, a pressão sobre o Kremlin no que diz respeito à invasão em larga ao território ucraniano, que dura há mais um ano.
Charles Michel referiu também que o próximo Conselho Europeu é uma “oportunidade para olhar em detalhe para as migrações”, uma temática que “muitas vezes é utilizada para alimentar as polarizações” nos Estados-membros europeus.
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