Banco Nacional da Suíça garante linha de liquidez ao Credit Suisse
O Credit Suisse "reúne os requisitos de capital e liquidez impostos aos bancos com importância sistémica", considera o Banco Nacional Suíço.
O Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) e o regulador financeiro do país anunciou que está disposto a fornecer liquidez ao Credit Suisse, oferecendo uma linha de vida ao banco, cujas ações atingiram um mínimo histórico esta quarta-feira.
“O SNB pode fornecer liquidez ao Credit Suisse, se for necessário“, lê-se num comunicado, numa altura em que o banco luta com preocupações sobre a sua saúde financeira.
Em conjunto com a Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro Suíço, o Banco Nacional Suíço afirmou que está em “contacto muito próximo” com o Credit Suisse, confirmando que “cumpre os requisitos de capital e liquidez mais elevados aplicáveis aos bancos sistemicamente importantes”.
As duas autoridades também disseram não haver indicações de um risco direto de contágio para as instituições suíças devido ao “tumulto atual” no sistema bancário dos EUA.
O Credit Suisse viveu esta quarta-feira o seu dia mais negro na bolsa, perdendo um quarto do seu valor e baixando as suas ações para um nível historicamente baixo, abaixo de 2 francos suíços.
Fundado em 1856, o banco sediado em Zurique perdeu cerca de 30% do seu valor na bolsa de Zurique desde meados da semana passada, numa altura em que a sua própria crise interna, que poderia remontar a 2019, se entrelaçou com a mais generalizada que a banca global está a atravessar nos dias de hoje desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank (SVB) nos EUA.
Ao início do dia, os dois executivos mais seniores do Credit Suisse tentaram tranquilizar sobre a solidez financeira do gigante bancário, mas não conseguiram convencer os investidores, que infligiram às ações do banco a pior queda da sua história.
Para o SNB e o regulador, “a atual turbulência no mercado bancário norte-americano não sugere que haja risco de contágio direto para os estabelecimentos suíços”. A preocupação ultrapassa as fronteiras do país alpino e o Departamento do Tesouro norte-americano referiu que está a “monitorizar a situação e em contacto com os seus homólogos internacionais”.
O banco tem vindo a registar perdas milionárias durante dois anos: em 2021 ascenderam a 1.572 milhões de francos suíços (1.600 milhões de euros) e em 2022 quase quintuplicaram para 7.293 milhões de francos (7.400 milhões de euros).
O Credit Suisse também sofreu levantamentos de liquidez no valor de 123.200 milhões de francos suíços (126.000 milhões de euros) no ano passado. Entre os principais fatores subjacentes às contas sombrias está a sua exposição a empresas de risco que entraram em colapso em anos anteriores, tais como o fundo de cobertura norte-americano Archegos e a empresa de serviços financeiros anglo-australiana Greensill.
Além dos problemas financeiros, existem muitos outros, de reputação no banco, que levaram a uma extensa remodelação do conselho nos últimos anos.
(Notícia atualizada às 21h13)
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