Líder da maior gestora de ativos do mundo antecipa uma retração na concessão do crédito dos bancos
O líder da Blackrock prevê também um período marcado de grandes desafios na gestão da liquidez dos balanços de muitas empresas, por conta de algumas políticas de investimento tomadas nos últimos anos.
A falência do Silicon Valley Bank (SVB) é visto por Larry Fink, presidente do conselho de administração e CEO da Blackrock, a maior gestora de ativos do mundo, como um ponto de viragem no setor bancário.
“Parece inevitável que alguns bancos precisem agora de recuar na concessão de empréstimos para apoiar os seus balanços, e é provável que vejamos padrões de capital mais rigorosos por parte dos bancos”, refere o líder da Blackrock numa carta enviada recentemente aos investidores.
A insegurança criada junto dos investidores e empresários pela falência do SVB foi tão grande que Larry Fink chega a escrever que “hoje, muitos financeiros de empresas pensam em retirar os seus depósitos dos bancos ao final do dia para reduzirem o risco da contraparte durante a noite.”
O líder da Blackrock, uma sociedade gestora que tem mais de 1,6 biliões de euros em ativos sob gestão (quase sete vezes mais que o PIB de Portugal), classifica a falência do SVB como “o maior falhanço do sistema bancário americano” dos últimos 15 anos.
No entanto, Larry Fink salienta que, no longo prazo, “a atual crise bancária terá uma grande importância no papel dos mercados de capitais” porque, segundo o gestor, como resultado de uma contração na concessão de crédito por parte dos bancos, as empresas procurarão os mercados de capitais para financiar as suas operações, através de operações de abertura do capital em bolsa (IPO) ou por via de emissões obrigacionistas, por exemplo.
Além da contração da concessão do crédito, o gestor antecipa também a possibilidade de o mercado viver um período de “desajustes de liquidez” por parte dos balanços das empresas.
Segundo Larry Fink, uma política de taxas de juro muito baixas por parte dos bancos centrais “teve o efeito de conduzir muitos investidores a procurar investimentos em ativos ilíquidos – ativos com menos liquidez e com maior potencial de retorno; e agora existe o risco de um ‘descasamento’ de liquidez para estes proprietários de ativos, especialmente aqueles com carteiras alavancadas.”
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