Crédito às empresas em mínimos históricos
Os novos empréstimos concedidos às empresas recuaram em fevereiro para mínimos de pelo menos 14 anos, indicam dados do Banco de Portugal. Nas famílias aumentaram, mas pouco.
O crédito continua a ter dificuldades em chegar à economia portuguesa. Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP) indicam que, em fevereiro, o novo crédito libertado no mercado pelos bancos que compõem o sistema financeiro nacional caiu para o patamar mais baixo desde o verão de 2015. A quebra registada nesse mês deveu-se exclusivamente à diminuição da concessão do crédito às empresas, um sinal de que os esforços do Banco Central Europeu no sentido de inundar o mercado de liquidez não estão a funcionar neste segmento.
De acordo com as estatísticas divulgadas pela entidade liderada por Carlos Costa, no segundo mês deste ano os bancos nacionais disponibilizaram 2.825 milhões de euros em novos empréstimos às empresas e aos particulares. Trata-se do montante mensal mais baixo desde agosto de 2015, mês em que a nova concessão se situou nos 2.745 milhões de euros. Em termos práticos, foram menos 429 milhões de euros que chegaram à economia em fevereiro face ao que se tinha observado no primeiro mês de 2017.
Crédito às empresas no último ano
A quebra na injeção de liquidez à economia teve origem nas empresas, com a concessão de crédito a esse segmento a recuar em fevereiro para o patamar mais baixo pelo menos dos últimos 14 anos. Nesse mês, as empresas nacionais foram buscar um total de 1.831 milhões de euros à banca, o que corresponde ao montante mais baixo pelo menos desde o início de 2003, período a que remonta o histórico do BdP. Face a fevereiro deste ano, a quebra foi de 434 milhões de euros.
Já do lado das famílias, a nova concessão de crédito registou, em fevereiro, um ligeiro incremento face ao registado no mês anterior. Os bancos concederam um total de 994 milhões de euros, em novo crédito, o que corresponde a um aumento de cinco milhões de euros face ao valor emprestado em fevereiro. Essa subida foi alimentada pelo crédito ao consumo que, em fevereiro, cresceu em 21 milhões de euros face a janeiro, para 318 milhões de euros.
No crédito à habitação, que tem sido o suporte do aumento da concessão no lado das famílias, observou-se pelo contrário uma diminuição do financiamento. Os novos empréstimos para a compra de casa totalizaram 530 milhões de euros no segundo mês deste ano, o que corresponde ao valor mensal mais baixo desde outubro do ano passado. Face a janeiro, as famílias portuguesas foram buscar menos 23 milhões de euros à banca para financiar a aquisição de habitação.
Já a classe de empréstimos a particulares com outros fins acompanhou a subida registada no consumo. Os empréstimos com esse fim ascenderam, em fevereiro, a 146 milhões de euros: mais sete milhões face ao valor registado em janeiro.
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