Bancos registam quebra de 2,1 mil milhões nos depósitos em fevereiro
Pelo segundo mês seguido, bancos perderam mais de dois mil milhões de euros em depósitos de particulares em fevereiro, com famílias a correrem para os Certificados de Aforro.
Os bancos registaram uma quebra de 2,1 mil milhões de euros nos depósitos de particulares em fevereiro, depois de terem perdido um montante recorde de 2,5 mil milhões no mês anterior. As famílias voltaram a tirar o dinheiro do banco para apostarem forte nos Certificados de Aforro.
O dinheiro depositado pelas famílias nos bancos totalizava os 177,8 mil milhões de euros no final do mês passado, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. Trata-se do valor mais baixo desde maio. Já baixaram 4,6 mil milhões desde o pico atingido em dezembro.
Depósitos com nova quebra de mais de dois mil milhões
Fonte: Banco de Portugal
Por seu turno, os Certificados de Aforro tiveram subscrições líquidas de 2,6 mil milhões de euros no mesmo mês, aponta o supervisor, dando algum contexto para esta fuga dos depósitos bancários. Estes certificados estão a atrair cada vez mais poupanças dos pequenos aforradores, que já têm mais de 25 mil milhões ali investidos, atraídos pela taxa de 3,5% que oferecem, em contraponto com a taxa deprimida dos depósitos bancários — que atingiu apenas os 0,5% em janeiro para novas aplicações. Os grandes bancos só em fevereiro começaram a subir com significado as taxas dos depósitos a prazo para taxas em torno dos 2%, mas impondo muitas condições no acesso.
Para lá dos Certificados de Aforro, os bancos têm apontado outra razão para a diminuição dos depósitos: o facto de muitas famílias estarem a recorrer às poupanças para amortizarem antecipadamente o crédito da casa, a fim de fazer baixar — ou pelo menos conter — a subida da prestação mensal, por conta do disparo das Euribor nos últimos meses, aproveitando a isenção de comissão e de imposto do selo que estas operações passaram a beneficiar.
No segmento das empresas, o stock de depósitos também sofreu uma redução expressiva no último mês: queda de 1,8 mil milhões de euros para 64,1 mil milhões, depois de terem caído 1,4 mil milhões no arranque do ano.
(Notícia atualizada às 11h40)
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