Medina tem excedente orçamental de 2.300 milhões até fevereiro. Duplica face ao mesmo mês de 2022

Ministério das Finanças adianta que até fevereiro as administrações públicas registaram um saldo de 2.300 milhões, em contabilidade pública. Quase o dobro em relação há um ano.

Depois de 2022 ter terminado com um défice muito abaixo do que o previsto pelo Governo, as contas públicas continuam positivas no arranque do ano. O saldo orçamental das Administrações Públicas foi de 2.300 milhões de euros, na ótica da contabilidade pública, avança o Ministério das Finanças esta sexta-feira.

“Comparando com o mesmo mês de 2022, verifica-se uma melhoria de 1.159 milhões de euros”, sublinha a nota. Em fevereiro de 2022, mês da invasão à Ucrânia que fez agravar ainda mais a inflação, o saldo apontava para um excedente de 1.161 milhões de euros, ou seja, cerca de metade do registado este ano.

No ano passado, o Governo obteve uma receita fiscal acima do esperado à boleia da inflação, que prometeu devolver aos portugueses. Parte dessa devolução ocorre ainda este ano, com medidas, por exemplo, para a habitação e para as famílias mais carenciadas, mas grande parte ainda não se reflete na execução do mês de fevereiro.

A melhoria do saldo orçamental nos primeiros dois meses deste ano resulta de um acréscimo da receita de 6,4%, e de uma redução da despesa efetiva de 1,1%. No entanto, assinala a tutela, o comportamento da despesa está “fortemente influenciado” por fatores que dificultam a comparação, como as medidas Covid ou adotadas após o início da guerra na Ucrânia. Sem esses efeitos, calcula, a despesa efetiva teria crescido 4,8% em termos homólogos.

No lado da receita, Fernando Medina “culpa” o mercado de trabalho pelo crescimento. A receita fiscal e contributiva arrecadada até fevereiro de 2023 aumentou 8,6%, salientando a evolução no IRS (+14,7%) e no IVA (+5,4%). O “bom momento” na área laboral reflete-se igualmente nas contribuições para a Segurança Social (+11,4%) que, em conjunto com o IRS, “justificam cerca de 90% da melhoria total da receita verificada até agora”.

Já na área da despesa, o destaque vai para o crescimento de 5,4% em fevereiro nos gastos com pessoal, em consequência da atualização transversal da remuneração dos funcionários públicos e do aumento do salário mínimo. A maior pressão salarial foi sentida no Serviço Nacional de Saúde (+9,6%) e na PSP e GNR (+7%).

O Ministério das Finanças salvaguarda que estes dados, sendo relativos à despesa executada nos dois primeiros meses deste ano, ainda não refletem o aumento extraordinário de 1% (a partir do próximo mês) e o acerto no subsídio de refeição para seis euros, dirigidos aos funcionários públicos, que foram anunciados no final da semana passada pelo Governo.

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