CEO da TAP afirma que “merece” receber o bónus

  • Ana Petronilho
  • 4 Abril 2023

Christine Ourmières-Widener entende que apresentou resultados em 2022 que em nada se relacionam com a sua saída da companhia.

Apesar de ter sido demitida pelo Governo com justa causa, a CEO da TAP entende que “merece” receber o bónus previsto no seu contrato, que ascende a cerca de três milhões de euros.

Mereço receber o bónus porque apresentei resultados. Esse bónus é merecido porque apresentei resultados em 2022 e é completamente desassociado da minha saída em 2023. Esta é a minha interpretação”, disse Christine Ourmières-Widener durante a comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, que está a decorrer esta terça-feira.

Audição da Eng.ª Christine Ourmières-Widener, na qualidade de CEO da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP - 04ABE23
Audição da Eng.ª Christine Ourmières-Widener, na qualidade de CEO da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAPHugo Amaral/ECO

Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a ainda presidente da comissão executiva, que está acompanhada por dois advogados, disse também que, em seu entender, “não há qualquer cláusula” no seu contrato que a impeça de receber o bónus.

Há semanas, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse no Parlamento que Christine Ourmières-Widener pode vir a ser compensada pelo desempenho na companhia nos últimos dois anos.

“Não disse que não receberia o bónus se fosse recuperado todo o dinheiro injetado. O que disse consta do acordado entre a Parpública e a ainda CEO da TAP no âmbito de processo de contratação: se os objetivos forem cumpridos e se o plano de reestruturação for um sucesso, a CEO tem o direito ao bónus. Eu e o ministro das Finanças dissemos na conferência de imprensa da semana passada que o Estado pagará o que tiver a pagar e não pagará o que não tiver a pagar”, respondeu o ministro ao deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira durante audição parlamentar.

Christine Ourmiéres-Widener tem um salário bruto de cerca de 500 mil euros mas, devido aos cortes salariais no âmbito do plano de reestruturação, ganha 375 mil euros. E tem, além disso, direito a um prémio de desempenho que poderá atingir os três milhões de euros. No entanto, há uma alínea no contrato que determina a aprovação do bónus em assembleia geral, e poderá estar em causa a legalidade da acordo, adiantaram em fevereiro a CNN Portugal e o Jornal Económico.

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