Investimento imobiliário cai 39% para 230 milhões até março, indica CBRE
A quebra deve-se a uma maior precaução por parte do mercado, face ao nível da inflação, subida das taxas de juro e à instabilidade económica e geopolítica.
O investimento imobiliário totalizou 230 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 39% do que em igual período de 2022, segundo dados da consultora CBRE divulgados esta segunda-feira. O volume de investimento imobiliário “totalizou 230 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este valor representa um decréscimo de 39% face ao período homólogo do ano anterior”, indicou, em comunicado.
Esta quebra deve-se a uma maior precaução por parte do mercado, face ao nível da inflação, subida das taxas de juro e à instabilidade económica e geopolítica. O montante ficou 14% aquém do investimento imobiliário apurado nos primeiros três meses de 2019, “o que demonstra que o imobiliário comercial em Portugal continua a ser um mercado muito atrativo para investidores nacionais e internacionais”.
Do total investido, 67% foi destinado a ativos de retalho (153 milhões de euros), 14% ao setor logístico (33 milhões de euros), 16% a ativos de escritórios (38 milhões de euros) e 3% ao setor de ‘healthcare’ (seis milhões de euros). Mais de metade (56%) das transações foram realizadas em Lisboa e 83% do investimento comercial teve origem no estrangeiro, destacando-se os EUA.
“Apesar do volume de investimento no primeiro trimestre apresentar uma redução quando comparado com o ano anterior, o mercado imobiliário português tem fundamentos que permanecem fortes e que fazem com que sejamos um país com capacidade de continuar a atrair investimento estrangeiro. Na generalidade, os setores mostram-se dinâmicos e em concreto na logística sabemos que existe uma procura latente por produto, apenas bloqueada pela falta de ‘stock’”, apontou, citado em comunicado, o head of capital markets da CBRE Portugal, Nuno Nunes.
Este responsável sublinhou ainda que o setor hoteleiro tem sentido uma “dinâmica ocupacional muito forte”, que motiva os investimentos. Ainda assim, ressalvou ser visível um desfasamento entre a expectativa do vendedor e os preços que os compradores estão dispostos a pagar.
“Embora exista alguma incerteza, mantemo-nos otimistas e acreditamos que este ajuste aconteça com naturalidade e que se continuem a fazer transações interessantes para ambas as partes”, concluiu. O grupo CBRE, com sede em Dallas, conta com 115.000 colaboradores e clientes em mais de 100 países.
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