Tribunal de Contas já aprovou cinco contratos da TAP
Tribunal de contas já aprovou cinco dos mais de 20 contratos submetidos pela companhia para visto prévio, com recomendações. Auditoria em curso à companhia vai avaliar a gestão desde julho de 2017.
A TAP está obrigada desde outubro de 2020 a submeter os contratos de serviços superiores a 5 milhões de euros ao visto prévio do Tribunal de Contas, mas só este ano começou a fazê-lo. Das mais de duas dezenas de contratos submetidos, já recebeu luz verde para cinco. Os restantes encontram-se ainda em análise pelos juízes.
“O Tribunal já visou, com recomendações, cinco contratos remetidos pela TAP para fiscalização prévia, relacionados com manutenção, catering e combustíveis”, respondeu ao ECO fonte oficial do Tribunal de Contas. “Existem outros contratos, da TAP e da Portugália, que se encontram em análise, não tendo, até ao momento, sido recusado o visto a qualquer contrato”, acrescenta.
O administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, afirmou na sua audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, no final de março, que a TAP já tinha enviado 24 contratos para visto prévio do Tribunal de Contas, 22 da TAP e dois da Portugália. Isto após a companhia ter estado um longo período em incumprimento nesta matéria.
A TAP passou a estar obrigada a submeter os contratos de serviços superiores a 5 milhões euros a partir de outubro de 2020, quando o Estado passou a controlar a maioria do capital após a saída de David Neeleman, sócio do empresário Humberto Pedrosa na Atlantic Gateway. Com a alteração, passou a ser considerada uma empresa pública, ficando obrigada a pedir o visto prévio do Tribunal de Contas.
Só este ano, depois de estalar a polémica sobre a saída da antiga administradora Alexandra Reis e a Inspeção-Geral de Finanças considerar que a cessação de funções teria de respeitar o Estatuto do Gestor Público é que aquela obrigação foi suscitada. O Expresso noticiou no início de março que até àquele momento não tinha sido submetido qualquer contrato.
Ramiro Sequeira, administrador executivo com o pelouro operacional, também foi questionado esta quarta-feira sobre o tema, tendo afirmado que a gestão da companhia foi alertada pelo departamento jurídico para as obrigações junto do Tribunal de Contas. “Assim que recebemos o alerta, enviámos o que estava em falta e estamos a regularizar a situação”, acrescentando que a companhia aérea já tinha recebido “algumas respostas”.
Auditoria do Tribunal de Contas avaliará gestão desde julho de 2017
O Tribunal de Contas tem em curso uma nova auditoria à TAP, conforme revelou o presidente, José Tavares, em janeiro numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças do Parlamento. Em resposta ao ECO, fonte oficial esclareceu que serão avaliados os factos a partir de julho de 2017.
O anterior relatório, sobre a “Reprivatização e Recompra da TAP”, foi aprovado em junho de 2018. “Concluído o processo de acompanhamento do acolhimento das recomendações desse Relatório e com base na análise de risco que suporta o seu Plano Estratégico Trienal 2023/2025, o Tribunal decidiu realizar nova auditoria sobre a TAP”, explica a mesma fonte.
Uma vez que a anterior auditoria abrangeu a reprivatização de 61% do capital à Atlantic Gateway em 2015 e a recompra que devolveu ao Estado 50% do capital, num período que se estendeu até 20 de junho de 2017, a nova arranca a 1 de julho de 2017, “incidindo sobre a gestão da TAP desde esta data”.
Questionado sobre objetivo da auditoria e os momentos que serão alvo da análise, o Tribunal refere que “estando em curso a realização de uma nova auditoria à TAP, que tem natureza reservada, não é adequado fazer neste momento quaisquer comentários ou observações sobre matérias que estão no seu âmbito”.
O Tribunal de Contas está ainda a avaliar as possíveis responsabilidades financeiras reintegratórias e sancionatórias da ex-CEO e do antigo chairman da companhia aérea, depois da Inspeção-Geral de Finanças ter declarado ilegal e nulo o processo relativo à cessação de funções de Alexandra Reis. Sobre este processo, o Tribunal refere apenas que “está a seguir a sua tramitação normal”.
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