Comissão Europeia conta com Portugal para produzir “fatia significativa” de hidrogénio verde

Comissária europeia vê nas renováveis o caminho para a independência energética na Europa e abre a porta a que projetos de eólico "offshore" recebam financiamento europeu.

A comissária europeia responsável pela pasta da Energia, Kadri Simson, esteve esta sexta-feira na Assembleia da República a responder a questões dos deputados. Na sessão, Simson mostrou disponibilidade para apoiar investimentos na transição energética com fundos europeus e afirmou que espera que Portugal tenha um papel significativo na produção de hidrogénio verde.

“Estaremos a contar com Portugal e com os produtores de hidrogénio portugueses, de forma a que uma fatia significativa deste hidrogénio [renovável], nesta década, seja produzida aqui“, indicou a comissária no discurso de abertura.

Ao longo das várias intervenções na Sala do Senado, Kadri Simson sublinhou também que considera uma “grande prioridade” reforçar a interconexão dos mercados regionais na Europa. “Tenho de admitir que Portugal e Espanha não estão suficientemente interconectados com o resto da Europa”, o que será um desenvolvimento “chave” para o Velho Continente, para que “todos beneficiem de energias renováveis e acessíveis”.

A comissária insistiu que a resposta à crise energética europeia pede um reforço da rede elétrica, nomeadamente no que diz respeito aos projetos de eólico offshore. Estes projetos serão construídos em lugares “onde não existe rede”, pelo que os Estados-membros podem esperar “financiamento da União Europeia”, garantiu.

Esta quinta-feira, a comissária visitou a primeira instalação de eólico offshore flutuante, erguida pela EDP em Viana do Castelo, correntemente em operação. Ao ECO, o CEO da elétrica, Miguel Stilwell, garantiu que “há a possibilidade de expandir bastante mais”.

As renováveis surgem assim no discurso da comissária como a solução para os desafios energéticos europeus. Apesar dos níveis de armazenamento estarem satisfatórios, “ainda estamos numa situação perigosa”, avisou. Para responder a esta questão mais diretamente, a Comissão Europeia contratou uma empresa para gerir uma plataforma de compras conjuntas de gás. “A primeira chamada vai estar operacional nas próximas semanas”, garantiu.

O calendário dita que, após o primeiro período de inscrição de empresas na plataforma, que decorreu de 25 de abril a 2 de maio, seja feito o encontro entre as empresas compradoras e os vendedores de gás, um cruzamento que deverá ocorrer em meados de maio, segundo fontes europeias ouvidas pelo Capital Verde.

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