Chave para falta de mão-de-obra é subir salários

  • Lusa
  • 23 Maio 2023

Em 13 dos 22 Estados-Membros da UE para os quais existem dados disponíveis, os setores onde a escassez de mão de obra aumentou mais entre 2019 e 2022 também ofereceram os salários mais baixos.

Uma das chaves para combater a falta de mão-de-obra na Europa é a oferta de melhores salários, segundo um estudo publicado hoje pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES), que celebra em Berlim o 50.º aniversário da sua constituição.

Utilizando uma análise comparativa das ofertas de emprego e dos salários em 22 países da União Europeia (UE), o estudo mostra que os setores que têm mais problemas em encontrar pessoal pagam, em média, menos 9% do que aqueles que têm mais facilidade em recrutar mão de obra.

O relatório surge depois de a taxa de ofertas de emprego na UE ter atingido níveis recorde no ano passado, causando problemas de produção em 25% das empresas.

Embora esta situação tenha sido normalmente atribuída à falta de pessoal qualificado para alguns postos de trabalho, a nova análise, realizada pelo Instituto Sindical Europeu, indica que os baixos salários são um dos principais fatores subjacentes à escassez de mão-de-obra.

Em 13 dos 22 Estados-Membros da UE para os quais existem dados disponíveis, os setores onde a escassez de mão-de-obra aumentou mais entre 2019 e 2022 também ofereceram os salários mais baixos.

Um salário digno é bom para os trabalhadores, bom para os empregadores e bom para a Europa. Os baixos salários estão a alimentar a crise do custo de vida, enquanto a escassez de mão de obra está a prejudicar o desempenho económico e os serviços públicos da Europa.

Esther Lynch

Secretária-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos

“Um salário digno é bom para os trabalhadores, bom para os empregadores e bom para a Europa. Os baixos salários estão a alimentar a crise do custo de vida, enquanto a escassez de mão de obra está a prejudicar o desempenho económico e os serviços públicos da Europa”, afirmou a secretária-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos, Esther Lynch.

“A Europa tem de ser um ótimo lugar para trabalhar. Já nos anos 80, Jacques Delors prometeu aos trabalhadores europeus o direito à aprendizagem ao longo da vida. Chegou o momento de cumprir essa promessa fundamental para uma Europa social”, acrescentou.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, proferiu um discurso no congresso em que salientou a tarefa que os sindicatos cumpriram e a necessidade de todos poderem viver do seu trabalho.

Scholz afirmou que a diretiva relativa ao salário mínimo era um passo na direção certa, mas que só podia ser um primeiro passo.

“Se temos de falar sobre o salário mínimo, então algo está errado, porque os baixos salários são o resultado do facto de muitos trabalhadores não estarem vinculados a acordos coletivos. E a negociação coletiva está em declínio na Europa. O objetivo deve ser o seu aumento”, sublinhou Scholz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Chave para falta de mão-de-obra é subir salários

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião