Preço do SAF é principal obstáculo na descarbonização do setor da aviação, alerta Air France-KLM

Em 2022, o jet fuel "verde" representou apenas 0,1% do total de combustíveis consumidos em todo o mundo. Air France-KLM alerta que custos de produção podem ser até oito vezes superiores.

O custo de produção de Sustainable Aviation Fuel (SAF) em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas sustentáveis é considerado como o principal obstáculo no processo de descarbonização do setor da aviação.

De acordo com Antoine Laborde, responsável pela aquisição de combustível do grupo Air France-KLM, durante uma masterclass promovida pelo grupo franco-neerlandês, neste momento, os custos de produção de SAF “são muito altos”, chegando a ser “quatro, seis e até oito vezes superiores” à produção de um jet fuel à base de querosene.

“Além dos custos de produção, existe uma ausência de centrais de produção de SAF”, explicou o responsável, dando conta de que, em 2022, foram produzidos 150 milhões de litros deste combustível verde no mundo, o que corresponde a “0,1% da totalidade do combustível usado em 2022”, acrescentou, sublinhando que a utilização de SAF pode reduzir até 60% das emissões globais.

Para acelerar a produção, o grupo aponta o recurso às energias renováveis e, no caso de França e outros países europeus, a aposta na energia nuclear. “Isso vai obrigar a investimentos em massa”, referiu Daniel Iracane, membro da Academia das Tecnologias de França, durante uma apresentação.

Mas o país não será o único a ter que fazer esse esforço. Segundo o diretor de Relações Públicas da Neste, empresa finladesa que abasteceu a TAP com SAF para a concretização do seu primeiro voo com este combustível, em 2022, “descarbonizar o setor da aviação é o único caminho a seguir”, detalhando que a empresa prevê aumentar a sua capacidade total de produção de combustíveis sustentáveis para 5,5 milhões de toneladas até ao final de 2023 almejando tornar-se no único fornecedor mundial de produtos renováveis com uma capacidade de produção na América do Norte, Ásia e Europa. “O custo de não fazer nada é muito mais alto”, defendeu Klaas Pel.

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