Reestruturar a dívida? Será “muito duro” para os portugueses
Maria Luís Albuquerque diz que o PSD “não está disponível para dialogar” sobre a reestruturação da dívida. Essa eventual reestruturação iria criar “uma situação muito dura para os portugueses”.
Maria Luís Albuquerque diz que a dívida pública é sustentável e alertou que uma eventual reestruturação iria criar “uma situação muito dura para os portugueses”.
“A sustentabilidade da dívida pública tem a ver com a nossa capacidade enquanto país de convencer quem nos financia de que somos capazes de a pagar. Isso passa por uma política orçamental responsável e por uma capacidade de crescimento”, defendeu a antiga ministra das Finanças.
Maria Luís Albuquerque, que falava esta noite aos jornalistas, em Odivelas, à margem de um debate sobre a dívida pública portuguesa, sublinhou que “a questão da sustentabilidade da dívida pública tem muito mais a ver com a confiança dos mercados do que propriamente com qualquer valor absoluto”.
“Nós conhecemos países com um nível de dúvida pública muito elevado em que a questão da sustentabilidade não se coloca e outros com níveis de dívida pública mais baixos que perdem acesso a mercados”, atestou.
Quando questionada pelos jornalistas sobre as reuniões existentes entre o Governo e Bloco de Esquerda para discutir a reestruturação da dívida, a vice-presidente do PSD ressalvou que os sociais-democratas “não estão disponíveis para dialogar sobre essa matéria”.
“O Governo tem tentado jogar nos dois tabuleiros e não dizer sim, nem não, nem que antes pelo contrário. Cabe ao Governo dizer o que tenciona fazer face à pressão dos seus parceiros”, afirmou, sublinhando que o caminho dos sociais-democratas “é o das finanças públicas sustentáveis e o da continuação das reformas estruturais”.
Na segunda-feira, a líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, falou da existência de vários grupos de trabalho que existem entre o BE, o PS e o Governo, nomeadamente a nível de habitação e da dívida pública.
Na ocasião, Catariana Martins afirmou que o BE “continua a dizer que é preciso olhar de frente e resolver o problema da dívida pública e que isso exige uma reestruturação”.
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