Peritos forenses da PJ em greve às horas suplementares por tempo indeterminado
Os peritos forenses da Polícia Judiciária estão a cumprir uma greve ao trabalho fora do horário normal, para exigirem negociações com a tutela sobre valorização da carreira.
Peritos forenses da Polícia Judiciária (PJ) estão a cumprir uma greve ao trabalho fora do horário normal, para exigirem negociações com a tutela sobre valorização da carreira.
A Associação Sindical dos Peritos Forenses da Polícia Judiciária (ASPF-PJ) entregou na segunda-feira no Ministério da Justiça (MJ) um pré-aviso de greve por tempo indeterminado ao trabalho suplementar [fora do horário 09h00/12h30 e 14h00/17h30], tendo sido já adiadas várias diligências de investigação.
O presidente da ASPF/PJ, José Gonçalves, disse à agência Lusa que, apesar de existirem peritos que não são chamados a serviços, muitos outros intervêm em diligências que começam às 07h00 ou depois das 17h30, que não serão efetuadas àquelas horas devido à greve dos peritos forenses.
Os peritos forenses reivindicam “uma carreira que dignifique e valorize uma função essencial para um sistema de Justiça isento, bem como para tornar e manter os altos níveis de segurança que se vivem em Portugal”, sublinhou o dirigente sindical.
Segundo José Gonçalves, os peritos forenses da PJ “desempenham um papel fundamental na investigação criminal, fornecendo análises técnicas e científicas nos vários domínios da ciência forense, como, por exemplo, análise digital, contabilística, balística, biológica, toxicológica, documentoscopia, físico-química e tradução, bem como outras, que contribuem para apurar a verdade dos factos”.
Segundo a ASPF/PJ, “há muito tempo que estes profissionais têm enfrentado desafios e obstáculos que comprometem o pleno exercício das suas atribuições”.
“A luta dos peritos da PJ pela valorização da sua carreira visa não apenas reconhecer a importância do seu trabalho, mas também garantir condições adequadas para o desempenho das suas atribuições. A falta de reconhecimento profissional e a ausência de carreira própria têm afetado negativamente estes especialistas, comprometendo a eficiência e a eficácia das suas atividades”, refere a ASPF/PJ.
Com esta greve, que “não visa prejudicar o funcionamento da Justiça ou a segurança do país”, a ASPF/PJ pretende sensibilizar a tutela da Justiça para “uma negociação construtiva, com o objetivo de alcançar melhorias nas condições de trabalho, remuneração condizente com a responsabilidade e complexidade das suas tarefas e um plano de carreira que permita o desenvolvimento profissional dos peritos forenses da PJ”.
Reiterando que os peritos da PJ são peças-chave na busca material da verdade e na garantia de um sistema de Justiça confiável e imparcial, a ASPF-PJ diz esperar que a ministra da Justiça “reconheça a importância das reivindicações” e “esteja disposta a dialogar e encontrar soluções que atendam às necessidades destes profissionais”.
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