Exclusivo Jovens empresários evitam eleições em 2023 com mudança nos estatutos
Direção liderada por Alexandre Meireles, que não se podia recandidatar por limite de idade, continua em funções na Associação Nacional de Jovens Empresários. Mandato passou de três para quatro anos.
Alexandre Meireles vai continuar à frente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) durante mais um ano, depois de os associados, por proposta da direção nacional, terem aprovado uma mudança nos estatutos da instituição para alargar os mandatos da direção de três para quatro anos.
A associação empresarial sediada no Porto, que soma cerca de 5.500 associados e emprega mais de meia centena de pessoas, adiantou ao ECO que “esta decisão acontece por causa do forte impacto da pandemia, que condicionou o período de implementação das linhas de ação projetadas para o mandato 2020-2023”, pelo que a atual direção vai continuar em funções até 2024.
Esta alteração estatutária, que segue a opção tomada recentemente pela AEP – os mandatos dos órgãos dirigentes foram alargados de três para quatro anos, tendo a associação patronal nortenha fixado também um máximo de dois mandatos para todos os membros –, adia, na prática, a renovação na liderança da ANJE. É que Meireles não se pode recandidatar ao cargo, por já ter mais de 40 anos de idade.
“Esta decisão foi unânime e permite que a direção continue a acompanhar até ao fim a viabilização de projetos fundamentais como o Portugal Fashion, que tem estado a ser redesenhado, depois da assinatura de um memorando de entendimento com a Universidade Católica e com a consultora Deloitte para planear os próximos anos. O futuro passa por reajustar o projeto de forma que fique menos dependente dos fundos comunitários e mais robusto, pela agregação de novos nomes da moda nacional”, salienta o presidente da ANJE.
Com este ano adicional de mandato, acredito que conseguiremos prosseguir a missão de desburocratizar, agilizar e otimizar a concretização e desenvolvimento de planos de negócio que aportem valor à economia nacional.
Além deste “projeto estruturante”, o dirigente frisa ao ECO que há outras ações em curso no âmbito da estratégia desenhada para “fomentar a criação, consolidação e aceleração de projetos empresariais com potencial – e que acabou por ser de alguma forma impactada pelo atípico período [vivido] entre 2020 e 2021”. “Com este ano adicional de mandato, acredito que conseguiremos prosseguir a missão de desburocratizar, agilizar e otimizar a concretização e desenvolvimento de planos de negócio que aportem valor à economia nacional”, acrescenta.
“Fixar talento” e aplicar recomendações dos jovens
Organizada em várias áreas operacionais e diversos núcleos regionais (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), a organização que no início deste ano contratou Pedro Galego, ex-assessor de Fernando Medina, para diretor executivo, assinala que “os associados acreditam que os novos mandatos de quatro anos permitem acompanhar de forma mais contínua e programada os projetos, não estando tão sujeitos à imprevisibilidade de fatores externos, como foi o caso da pandemia da Covid-19”.
Na direção nacional desde 2017, primeiro como diretor e desde fevereiro de 2020 como presidente – sucedeu nesse ano a José Pedro Freitas, que saiu da organização por ter também atingido o limite de idade –, Alexandre Meireles, natural de Amarante, é formado em Engenharia Eletrotécnica pelo ISEP e pós-graduado em Gestão pela Porto Business School. Entre 2009 e 2011 passou pelo grupo Mota-Engil, assumindo a coordenação da divisão de energia.
O atual líder das clínicas Psicoespaço e cofundador e diretor geral da mykai Pokebowls, uma rede de restauração criada em 2016 e dedicada ao conceito de poke (salada de peixe cru criada pelos pescadores havaianos), tem como vice-presidentes na ANJE o administrador da Mota-Engil, Manuel Mota, o CEO do Grupo VPM, Francisco Mendes, o fundador e gestor de negócio da agência Three Clover, Hugo Vieira.
Em declarações ao ECO, Meireles sublinha a necessidade de as empresas e o Governo liderado por António Costa traçarem “estratégias para fixar talento e garantir o bem-estar profissional e pessoal dos jovens”. E pressiona o Executivo socialista a aplicar as medidas que constam na “carta de recomendações” que a ANJE divulgou em março, divididas por seis “premissas” para uma política pública para a juventude.
“Se o conseguirmos, alcançaremos uma forma perfeita de encerrar o mandato de quatro anos desta direção da ANJE. E, mais importante, daremos um novo contributo em prol de uma economia portuguesa mais projetada para um crescimento sustentado”, completa o presidente desta associação fundada a 29 de julho de 1986 para dar voz os jovens empresários portugueses.
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