Mercados aplaudem voto francês: ações e euro disparam e juros caem

A passagem de Macron à segunda volta nas presidenciais francesas na liderança, agrada aos mercados que vêem mais longe o risco de Le Pen ser Presidente.

Macron em primeiro e Le Pen em segundo, juntos na segunda volta. O resultado da primeira volta das presidenciais francesas deste domingo tranquilizou os mercados e lançou o apetite dos investidores pelo risco. A aceleração de mais de 4% da bolsa de Paris dá o mote numa manhã que está a ser marcada por ganhos acentuados nos principais mercados acionistas europeus, ao mesmo tempo que o euro ganha força e os juros da dívida soberana beneficiam de um forte alívio.

A bolsa francesa que abriu a sessão desta segunda-feira na liderança dos ganhos europeus, vê o se índice de referência, o CAC 40 a manter a aceleração de mais de 4%. O índice de referência francês valoriza 4,24%, para os 5.273,55 pontos, o que corresponde ao patamar mais elevado desde o início do ano 2008. Contudo, os ganhos inundam os restantes índices bolsistas do Velho Continente. O Stoxx Europe 600, que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas europeias, acelera 1,89%, para os 385,28 pontos, o que corresponde ao nível mais elevado desde dezembro de 2015. Todos os setores que compõem o índice europeu registam subidas, com a banca a ser a principal referência positiva. O setor financeiro soma 4,21%, num todo. Valorizações que são acompanhadas pela praça lisboeta que vê o PSI-20 a somar 2,42%, para os 4.994,36 pontos, com o BCP a comandar os ganhos em Lisboa a acompanhar o desempenho do setor europeu.

Evolução do CAC francês

A liderança de Macron na primeira volta das presidenciais francesas agradou aos mercados, já que afasta a possibilidade da candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, chegar ao topo da hierarquia governativa de França, com este a receber manifestações de apoio por parte de candidatos derrotados. “Macron não irá apenas ajudar a estabilizar a União Europeia, como também ajudar a construir mecanismos de suporte mais fortes“, afirmou Azad Zangana, economista-chefe da Schroders para a Europa”, numa nota citada pela Bloomberg, justificando assim a forte subida das ações europeias. A queda da volatilidade do índice Stoxx Europe 600 para mínimos de 2005, é outra das faces visíveis do otimismo em torno do resultado eleitoral deste fim de semana.

No mercado cambial, o euro também reflete esse otimismo. A moeda comunitária acelera 1,34%, para os 1,09 dólares. Ou seja, para máximos de novembro do ano passado. No mercado da dívida o sentimento também é de alívio. As yields soberanas francesas lideram o movimento de alívio que se assiste um pouco por toda a Europa. No prazo a dez anos, a taxa de juro francesa recua 9,3 pontos base, para os 0,847%, o que corresponde ao patamar mais baixo desde janeiro deste ano. A dívida portuguesa figura também entre os maiores alívios. A yield nacional na maturidade a dez anos recua 9,3 pontos base para 3,647%, o que significa o valor mais baixo desde dezembro do ano passado.

“Este é o cenário perfeito de que o mercado estava, desesperadamente, à espera,” disse à Bloomberg Sebastien Galy, do Deutsche Bank, para justificar todo o ambiente favorável a que se assiste nos mercados do Velho Continente nesta sessão.

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