Portugueses apoiantes de Le Pen e Macron confiantes na vitória
Os portugueses que estão envolvidos nas campanhas dos dois candidatos que passaram à segunda volta estão confiantes na vitória dos respetivos líderes.
Davy Rodriguez de Oliveira, vice-presidente da juventude da Frente Nacional (FN), e Carlos Soares de Sousa, um dos responsáveis de ações de campanha de Emmanuel Macron, estão confiantes na vitória dos respetivos candidatos na segunda volta das presidenciais francesas. Davy Rodriguez de Oliveira, que apoiou Jean-Luc Mélenchon nas presidenciais francesas de 2012 e hoje é uma das vozes da juventude de Marine Le Pen, disse à Lusa que acredita que os eleitores que votaram no candidato da esquerda radical vão votar no FN a 7 de maio.
“Estive a falar com antigos camaradas e há muitos deles que vão votar em Marine Le Pen porque esta União Europeia da austeridade e de fronteiras totalmente abertas aos produtos agrícolas não responsáveis, por exemplo, são temas que falam aos eleitores de Jean-Luc Mélenchon“, afirmou. O diretor nacional adjunto da Frente Nacional da Juventude está, assim, confiante na vitória da candidata da extrema-direita através da capitalização dos votos, não apenas dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, mas também do conservador François Fillon e do nacionalista Nicolas Dupont-Aignan.
Há quase 50% das pessoas que disseram que não queriam esta União Europeia da ‘troika’ nem esta globalização selvagem.
“Há quase 50% das pessoas que disseram que não queriam esta União Europeia da ‘troika’ nem esta globalização selvagem, como vimos nos votos a favor de Jean-Luc Mélenchon e Marine Le Pen e de alguns militantes soberanistas. Depois, estou convencido que no eleitorado de François Fillon há uma vontade de defender o que é a França”, argumentou.
Carlos Soares de Sousa, organizador de reuniões de campanha de apoio a Emmanuel Macron no distrito de Val-d’Oise, nos arredores de Paris, contou à Lusa que está “muitíssimo feliz” e que acredita que o candidato centrista vai ser o próximo Presidente de França. “Estou otimista na vitória de Emmanuel Macron. Este novo movimento, nem de direita, nem de esquerda, tem ideias muito interessantes para o futuro. Ele é um homem jovem, é um novo futuro”, descreveu o vereador em Cormeilles-en-Parisis, nos arredores de Paris.
Agora, o franco-português vai “intensificar a campanha” com reuniões no seu distrito para contrariar a abstenção, ou seja, “os eleitores que votaram Fillon e Mélenchon e que não querem votar nem Macron nem Le Pen”. “Isso é uma preocupação, vamos para o terreno, fazer porta-a-porta, fazer mercados, para convencer as pessoas a irem votar e a votarem Emmanuel Macron”, avançou.
Este novo movimento, nem de direita, nem de esquerda, tem ideias muito interessantes para o futuro.
Os dados da primeira volta das eleições presidenciais em França, quando estavam apurados 97% dos votos, indicam que Emmanuel Macron obteve 23,86%, enquanto Le Pen conquistou 21,43%, disputando a segunda volta, dentro de duas semanas, a 7 de maio.
Em terceiro lugar ficou o conservador François Filon, com 19,94%, enquanto Jean-Luc Mélenchon (esquerda) obteve 19,62% dos votos. O socialista Benoît Hamon obteve uma derrota histórica para o seu partido, com 6,35% dos votos.
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