Banco de Inglaterra surpreende e sobe juros em 50 pontos para 5%
Depois de se saber que a inflação no Reino Unido se manteve em 8,7% em maio, o BoE anunciou uma nova subida das taxas de juro em meio ponto percentual, acima do previsto pelos analistas.
O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu esta quinta-feira aumentar as taxas de juro pela 13.ª vez consecutiva, com uma subida de 50 pontos base, para 5%, acima das expectativas dos analistas. Esta decisão atira os custos dos empréstimos para novos máximos de 2008.
A maioria (sete) dos membros do Comité de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) do BoE votou a favor deste aumento, sob o argumento de que os últimos dados mostram “uma maior persistência no processo de inflação” — que, em maio, se fixou nos 8,7% no Reino Unido –, enquanto dois membros votaram na manutenção da taxa diretora em 4,5%, tal como na reunião de maio.
“Os efeitos de segunda ordem na evolução dos preços internos e dos salários gerados por choques de custos externos deverão demorar mais tempo a desaparecer do que demoraram a surgir“, perspetiva, em comunicado, a autoridade monetária liderada por Andrew Bailey.
O Comité de Política Monetária realça que “a escala das recentes surpresas em alta nas estimativas oficiais do crescimento dos salários e da inflação dos serviços sugeria a necessidade de um aumento de 0,5 pontos percentuais das taxas de juro nesta reunião”.
Esta decisão surpreendeu os analistas, que esperavam uma menor subida das taxas de juro, para 4,75%, apesar de os mercados terem antecipado a possibilidade de um aumento para 5%, na sequência dos dados da inflação, divulgados na quarta-feira, que ficaram acima do previsto.
Numa carta enviada ao ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, o governador do BoE reiterou a maior parte das declarações do Comité de Política Monetária. “O MPC fará o que for necessário para que a inflação regresse ao objetivo de 2% de forma sustentável a médio prazo”, afirmou Andrew Bailey.
A decisão do Banco de Inglaterra surge uma semana depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um novo aumento das taxas de juro de referência da Zona Euro, mas em 25 pontos base. Antes, a Reserva Federal dos EUA optou por fazer uma pausa na subida dos juros pela primeira vez desde março de 2022, mantendo-as no intervalo de 5%-5,25%.
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