Nova IMS passa a usar IA generativa da Microsoft na sala de aula
O objetivo é promover a inovação pedagógica e potenciar as oportunidades da inteligência artificial generativa. Alunos e professores vão poder aceder à tecnologia da Microsoft Azure OpenAI.
A Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, decidiu passar a disponibilizar aos seus professores e alunos o acesso à tecnologia da Microsoft Azure OpenAI em contexto sala de aula. O objetivo é promover a inovação pedagógica e potenciar as oportunidades da inteligência artificial (IA) generativa, sabe o Trabalho by ECO.
“A inteligência artificial generativa é uma revolução única do século XXI e parece-nos extremamente relevante tirar partido desta ferramenta a nosso favor para promover uma mudança positiva. O objetivo da utilização da tecnologia Microsoft Azure OpenAI é colocar à disposição dos professores e alunos da Nova IMS esta capacidade, assim como promover a capacitação dos professore para poderem inovar nas práticas pedagógicas que adotam por forma a integrá-la como instrumento de aprendizagem”, explica Miguel de Castro Neto, diretor da Nova IMS.
“A Nova IMS olha para a IA como uma oportunidade para promover a inovação pedagógica e não como uma preocupação e uma ameaça que temos de combater”, conclui.
A utilização da IA surge no contexto do protocolo celebrado entre a NOVA IMS e a Microsoft e da convicção partilhada de que a IA generativa é uma oportunidade para garantir que o seu potencial de inovação está também presente na sala de aula do ensino do século XXI, para um novo mundo do trabalho que vai mudar com resultado desta disrupção.
O protocolo de colaboração entre as duas entidades pretende promover a aproximação entre a universidade e as empresas, a necessidade de desenvolver mecanismos de cooperação e intercâmbio para tirar partido desta tecnologia disruptiva e respetiva aplicação nos ambientes académico e empresarial.
Pretende também desenvolver atividades nas áreas da inteligência artificial, gestão de Informação, tecnologias e sistemas de informação e ciência de dados, reunindo docentes, discentes e colaboradores das duas entidades; promover a colaboração em atividades profissionais e académicas; e estabelecer mecanismos de cooperação que viabilizem a participação conjunta em projetos técnico-científicos e académicos.
O protocolo de colaboração tem ainda como objetivos desenvolver nos futuros licenciados e mestres uma cultura de cooperação e responsabilidade, aberta à partilha de informação e à melhoria contínua em contexto empresarial; realizar estudos e projetos (por exemplo, teses de mestrado) aplicados às reais necessidades das organizações; e colaborar na comunicação através de meios online e tradicionais sobre os projetos de ambas as partes.
ChatGPT. Nova SBE já está a mudar forma de avaliar
A inteligência artificial é um tema que tem gerado bastante discussão no seio das escolas, com vários países e empresas a banir o uso do ChatGPT na educação ou em contexto de trabalho. Um estudo da Unesco, com mais de 450 escolas e universidades revelou que menos de 10% desenvolveram políticas sobre o uso deste tipo de aplicações de IA generativa. Na Europa planeia-se regulação sobre esta temática.
Em contexto educativo, em Portugal apesar de ainda se estar a tentar perceber quais são exatamente as implicações do uso do ChatGTP no ensino superior, as universidades estão preocupadas com o seu impacto nos modelos de avaliação mais tradicionais.
Na semana passada, na talk “Escolas de gestão nacionais no top mundial. E agora?”, organizada pelo Trabalho by ECO, Pedro Oliveira, dean da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), avançou que a Nova SBE já procedeu a algumas mudanças neste campo, reduzindo o tempo de apresentação de uma tese e aumentando o tempo de discussão da mesma.
“Não existe uma maneira tecnicamente viável de perceber se um texto foi escrito pelo ChatGPT ou por uma pessoa. (…) Claro que isto levanta enormes desafios para as universidades. Temos de avaliar alunos e, tradicionalmente, quando eles submetem um relatório ou teses, avaliamos lendo aquilo que escreveram”, começou por explicar.
“Na defesa de uma tese, por exemplo, temos de passar mais tempo na defesa do que a ler a tese. Deixou de ser tão importante aquilo que o aluno nos apresenta por escrito e passou a ser mais importante o sentido crítico do aluno a defender um qualquer argumento. Curiosamente, já está a aumentar o poder da oralidade”, defendeu Pedro Oliveira, durante a sua intervenção.
Na prática, a escola de economia e gestão portuguesa diz ter já reduzido o tempo que os alunos costumavam passar na apresentação de uma tese e, ao mesmo tempo, aumentado o tempo dedicado à discussão da mesma. O objetivo é acomodar os impactos do ChatGPT na avaliação dos estudantes e comprovar que os argumentos apresentados são, de facto, do aluno, e não de um robô.
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