Portugal já tem shortlist de investimentos a atrair. “Não é tão pequena assim”, garante secretário de Estado da Internacionalização
"Já fizemos uma hierarquização das áreas e projetos de investimento que interessa atrair mais. Vêm do mundo inteiro e de várias áreas", afirma o secretário de Estado Bernardo Ivo Cruz.
Portugal já tem uma shortlist dos investimentos que quer atrair e que “têm capacidade para reforçar a qualidade e a dimensão da economia” nacional, revela ao ECO o secretário de Estado da Internacionalização. Para isso, vai socorrer-se dos 11 mil milhões de empréstimos adicionais do Plano Recuperação e Resiliência (PRR) e dos 150 milhões de euros anuais criados para apoiar as grandes empresas — tendo em conta que não são elegíveis no Portugal 2030, cujo “modelo de regulamentação” ainda está a ser desenhado. “Porque a atração de investimento estruturante é uma maratona com várias corridas de 100 metros”, justifica Bernardo Ivo Cruz.
“Já fizemos uma hierarquização das áreas e dos projetos de investimento que nos interessa atrair mais. Estamos a conversar com essas empresas. Vêm do mundo inteiro e de várias áreas. Mas vou guardar o segredo do negócio”, disse o governante, em entrevista ao ECO, a propósito da reestruturação da Aicep, agora que a nova administração tomou posse.
Questionado sobre se em causa estão investimentos produtivos, Bernardo Ivo Cruz respondeu apenas que “todos os investimentos em que [está] a trabalhar têm capacidade para reforçar a qualidade e a dimensão da economia portuguesa”.
O projeto do aço verde da Iberdrola e o fabrico de uma nova geração de carros elétricos na Autoeuropa, além do modelo híbrido que começará a ser produzido em 2025, foram alguns dos projetos já sinalizados pelo ministro da Economia na conferência de imprensa de apresentação da nova direção da Aicep.
“Estão na nossa lista curta”, confirmou o secretário de Estado. A estes deve-se também somar, por exemplo, o interesse já sinalizado pela maior empresa de produção de cabos submarinos de investir e criar um centro em Portugal. Algo que António Costa Silva anunciou no Parlamento a 9 de fevereiro, mas sobre o qual ninguém avança com detalhes.
E quantos investimentos tem esta shortlist? “Alguns”, refere Bernardo Ivo Cruz. “Tem bastantes. Não é tão short quanto isso porque Portugal é um país muito interessante para o investimento estrangeiro”, justifica.
E para assim se manter, a Aicep vai abrir-se a “outros atores e integrar o seu papel com outras entidades que ajudem a atrair IDE e apoiar a internacionalização”. Na vertente da internacionalização vai ser feita uma forte aposta nas 35 mil PME exportadoras, prestando-lhes “um serviço de acordo com o grau de maturidade de cada empresa”. Haverá ainda um regresso “à lógica das fileiras” e serão criadas participações cruzadas nos conselhos de administração da Aicep, Iapmei e Turismo de Portugal.
Ou seja, explicou o governante, “haverá um um administrador não executivo do Iapmei e outro do Turismo de Portugal no conselho de administração da Aicep”, e vice-versa. Bernardo Ivo Cruz garante que não existe uma sobreposição face do trabalho desenvolvido pelo Iapmei porque “é óbvio que o trabalho do Iapmei, Aicep e Turismo de Portugal é complementar”.
E para ajudar a promover a internacionalização a rede da agência vai ser reformulada. “Estamos a repensar a rede para que possa apoiar as empresas a ultrapassarem algumas dificuldades potenciais e a diversificarem mercados”. A rede vai ganhar um maior dinamismo através de um “mecanismo que está a ser estudado”.“Pode ser feito através da abertura e encerramento [de delegações], através de parcerias, do trabalho com as câmaras de comércio portuguesas, ou ainda dos FDI scouts, quadros da Aicep móveis que vão atrás das oportunidades. Não há um modelo fixo”, disse o secretário de Estado da Internacionalização.
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